A terra e a renda continuariam concentradas na mão das elites e o poder político não foi democratizado.
Nasce na Vila do Campo Maior de Quixeramobim, Província do Ceará, Antônio Vicente Mendes Maciel, nome de batismo daquele que mais tarde ficaria célebre como Antônio Conselheiro. Era filho de Maria Joaquina de Jesus e Vicente Mendes Maciel. Segundo o escritor João Brígido, que foi amigo de infância de Antônio, os Maciéis era uma "família numerosa de homens válidos, ágeis, inteligentes e bravos, vivendo de vaqueirice e a pequena criação" (BRÍGIDO, 1919) e se envolveram em conflito com os poderosos Araújos, "família rica, filiada a outras das mais antigas do norte da Província" (Ibid), naquela que foi uma das mais longas e trágicas lutas entre famílias de toda a história do Ceará.
22 de Maio - 1830
Antônio Vicente Mendes Maciel é batizado na Igreja Matriz de Quixeramobim, conforme sua certidão de nascimento:
Aos vinte e dois de maio de mil oitocentos e trinta batizei e pus os Santos Óleos nesta Matriz de Quixeramobim ao párvulo Antônio, pardo nascido aos treze de março do mesmo ano supra, filho natural de Maria Joaquina. Foram padrinhos, Gonçalo Nunes Leitão e Maria Francisca de Paula.Do que, para constar, fiz este termo, em que me assinei.
O Vigário, Domingos Álvaro Vieira (Livro de Assentamentos de Batizados da Paróquia de Quixeramobim, Livro 11, fl. 221 v. Documento encontrado pelo pesquisador cearense Ismael Pordeus e publicado em "O Nordeste", 06.07.1949, Fortaleza. Apud CALASANS, 1997, p. 25)
31 de Agosto - 1834
Morre Maria Joaquina de Jesus, deixando órfãos de mãe Antônio Vicente e mais duas irmãs, Maria e Francisca. Um ano e meio depois, Vicente Mendes casa-se com Francisca Maria da Conceição e tem mais uma filha chamada Rufina.
Antônio teve uma infância sofrida. Marcaram-no os delírios alcoólicos do pai, os maltratos da madrasta, o extermínio de parentes na luta contra os Araújos, além das influências místicas comum ao meio sertanejo. (DANTAS, 1966)
O escritor Gustavo Barroso, em artigo publicado na revista O Cruzeiro em 1956, escreve: "José Victor Ferreira Nobre informava que Antônio Conselheiro cursara as aulas de latim de seu avô, o Professor Manoel Antônio Ferreira Nobre, na cidade de Quixeramobim". Mesmo com dificuldades na família, Antônio consegue se dedicar a uma boa formação escolar e estuda também Português, Aritmética, Geografia e Francês. Possui uma boa caligrafia e torna-se um jovem conceituado na cidade.
Antônio revelava-se muito religioso, morigerado e bom, respeitoso para com os velhos. Protegia e acariciava as crianças. Sofria com as rusgas entre o pai e a madrasta. Consideravam-no a pérola de Quixeramobim, por se um moço sério, trabalhador, honesto e religioso. (MONTENEGRO, 1954)
05 de Abril – 1855
Morre Vicente Mendes Maciel, pai de Antônio Vicente, que assume a chefia da família, cuidando dos negócios e promovendo o casamento das irmãs. Francisca Maciel, madrasta de Antônio, morre em Quixeramobim um ano depois.
07 de Janeiro – 1857
Antônio Vicente Maciel casa-se em Quixeramobim com Brasilina Laurentina de Lima.
"Aos vinte e dois de maio de mil oitocentos e trinta baptizei e pus os Santos Oleos nesta matriz de Quixeramobim ao parvulo Antonio pardo nascido aos treze de março do mesmo ano supra, filho natural de Maria Joaquina: foram padrinhos, Gonçalo Nunes Leitão, e Maria Francisca de Paula.
Do que, para constar, fiz este termo, em que me assinei.
O Vigário, Domingos Álvaro Vieira" (Livro de Assentamentos de Batizados da Paróquia de Quixeramobim, Livro 11, fl. 221 v. Documento encontrado pelo pesquisador cearense Ismael Pordeus e publicado em "O Nordeste", 06.07.1949, Fortaleza. Apud CALASANS, 1997, p. 25)
A partir desta época, Antônio muda constantemente de cidade e de profissão, sendo negociante, professor, balconista e advogado provisionado, ou advogado dos pobres como o chamavam. Em 1861, encontra-se em Ipu (CE), já com dois filhos, sua esposa inicia uma relação amorosa com um furriel (antigo posto entre cabo e sargento) da polícia local. Profundamente abatido, Antônio abandona tudo e se retira para a Fazenda Tamboril, dedicando-se ao magistério. Tempos depois, vai para Santa Quitéria (CE) e conhece Joana Imaginária, mulher meiga e mística que esculpia imagens de santo em barro e madeira e com ela teve um filho chamado Joaquim Aprígio.
Mas Antônio tinha alma de andarilho e em 1865 parte novamente. Trabalhando como negociante de varejos, percorre os povoados da região e de 1869 a 1871 fixa-se em Várzea da Pedra, insistindo com os negócios, mas os fracassos comerciais e a provável influência do Padre Ibiapina levam-no a iniciar uma nova fase de sua vida, peregrinando por todo o Nordeste. Passados alguns anos, em uma visita ao Ceará, encontra o escritor João Brígido, seu antigo colega de infância e declara: "vou para onde me chamam os mal aventurados", retomando assim uma longa caminhada pelos sertões.
Alto, magro, cabelos e barba crescidos, sandálias de couro, chapéu de palha, vestido sempre com uma túnica azul clara amarrada na cintura por um cordão com um crucifixo na ponta e um bastão na mão; esse era o Peregrino.
Honório Vilanova, sobrevivente de Canudos e irmão de Antônio Vilanova, um dos principais líderes conselheiristas, em depoimento ao escritor Nertan Macedo no ano de 1962, declarou:
Conheci o Peregrino, era eu menino no Urucu. Se bem me recordo, foi em 1873, antes da grande seca. Ele chegou um dia a fazenda, pedindo esmola para distribuir pelos pobres, como era do seu costume. Donde vinha, não posso me lembrar. Falava-se que dos lados do Quixeramobim, mas a origem pouco importa. Compadre Antônio deu-lhe um borrego nessa ocasião. O Peregrino disse a quantos o ouviram no Urucu que tinha uma promessa a cumprir, erguer vinte e cinco igrejas, que não as construiria, contudo, em terras do Ceará.
Nunca mais pude esquecer aquela presença. Era forte como um touro, os cabelos negros e lisos lhe caíam nos ombros, os olhos pareciam encantados, de tanto fogo, dentro de uma batina de azulão, os pés metidos numa alpercata de currulepe, chapéu de palha na cabeça.
Era manso de palavra e bom de coração. Só aconselhava para o bem. Nunca pensei, eu e compadre Antônio, que um dia nossos destinos se cruzariam com o desse homem.
Uma tarde, ele foi embora do Urucu, caminhando vagarosamente, levando no braço o borreguinho que meu irmão lhe dera. Ficamos olhando a sua figura esquisita, durante algum tempo, do alpendre. Até que sumiu na estrada, não para sempre. (MACEDO, 1964) (Mais detalhes do depoimento de Honório Vilanova em Documentos Raros)
22 de Novembro - 1874
O jornal "O Rabudo" editado na cidade de Estância (SE), publica pela primeira vez na imprensa, uma noticia sobre Antônio Conselheiro, a quem chama de Antônio dos Mares:
A bons seis meses que por todo o centro desta e da Província da Bahia, chegado, (diz ele,) da do Ceará infesta um aventureiro santarrão que se apelida por Antônio dos Mares: (...) O fanatismo do povo tem subido a ponto tal que afirmão muitos ser o próprio Jesus Christo (...) Pedimos providencias a respeito: seja esse homem capturado e levado a presença do Governo Imperial, a fim de prevenir os males que ainda foram postos em prática pela autoridade da palavra do Fr. S. Antônio dos Mares moderno.
Dizem que ele não teme a nada e que estará a frente de suas ovelhas. Que audácia! O povo fanático sustenta que n’ele não tocarão, já tendo se dado casos de pegarem em armas para defendê-lo. (Ver íntegra da notícia em Documentos Raros)
Antônio caminha incansavelmente, conhece cada palmo do sertão, seus segredos e mistérios. Por onde anda, faz sermões, prega o evangelho e dá conselhos. Gradativamente se transforma, de Peregrino a Beato, de Beato a Conselheiro, Antônio Conselheiro ou Santo Antônio dos Mares ou Santo Antônio Aparecido ou Bom Jesus Conselheiro. Deixa crescer o cabelo e a barba, aprofunda o seu já grande conhecimento da Bíblia e sua fama começa a correr todo o interior do Nordeste e rapidamente vai formando em torno de si um número crescente de fiéis seguidores.
28 de Junho - 1876
Antônio Conselheiro é preso em Itapicuru (BA), pelo delegado de polícia Francisco Pereira Assunção, que em ofício ao Chefe de Polícia da Bahia, João Bernardo de Magalhães, escreve:
Peço a V.S. para dar providências, a fim de que não volte o dito fanatizador do povo ignorante; e creio que V.S. assim o fará, porque não deixará de saber da notícia, que há meses apareceu, de ser ele criminoso de morte na Província do Ceará. (Apud MILTON, 1902, p.10) (Ver íntegra do ofício em Documentos Raros)
Esta prisão foi notícia em destaque nos principais jornais de Salvador. Além do Diário de Notícias, o Diário da Bahia e o Jornal da Bahia, também a famosa Folhinha Laemmert, editada no Rio de Janeiro, divulgou pela primeira vez na capital do Império uma notícia sobre Antônio Conselheiro.
5 de Julho - 1876
O Chefe de Polícia da Bahia encaminha Antônio Conselheiro ao seu colega do Ceará, Vicente de Paula Cascais Teles, com a seguinte recomendação: ... suspeito ser algum dos criminosos dessa Província, que andam foragidos. (...) entretanto, si por ventura não fôr ele ai criminoso, peço em todo caso, a V.S. que não perca de sobre ele as suas vistas, para que não volte a esta Província, ao lugar referido, para onde a sua volta trará certamente resultados desagradáveis pela exaltação em que ficaram os espíritos dos fanáticos com a prisão do seu ídolo. (Apud MILTON, 1902, p.12) (ver íntegra do ofício em Documentos Raros)
15 de Julho - 1876
Conduzido num porão de navio para Fortaleza (CE), Antônio Conselheiro foi espancado severamente na viagem e teve cabelo e barba raspados, chegando em estado lastimável ao Ceará, cujo Chefe de Polícia o encaminha ao Juiz Municipal de Quixeramobim, conforme ofício: ... segue, para aí ser posto à sua disposição, Antônio Vicente Mendes Maciel, que se suppõe ser criminoso neste termo, conforme comunica-me o Dr. Chefe de Polícia da Província da Bahia, que me remeteu, afim de que em Juízo, verificando da criminalidade do referido Maciel, proceda como cumpre na fórma da lei. (Apud BENÍCIO, 1899, p. 46) (Ver íntegra do ofício em Documentos Raros)
1° de Agosto - 1876
O Juiz Municipal de Quixeramobim, Alfredo Alves Matheus, encerra o processo da prisão de Antonio Conselheiro, numa carta ao Chefe de Polícia do Ceará onde declara que "tendo verificado não ser o referido Maciel criminoso, o mandei pôr em liberdade alguns dias depois de sua chegada a esta cidade." (Apud BENÍCIO, 1899, p. 46) (Ver íntegra do ofício em Documentos Raros)
Mesmo comprovada a sua inocência, o boato de que teria assassinado a mãe e a esposa, perseguiu Antônio Conselheiro até o fim da sua vida. Já agora em liberdade, imediatamente retorna ao sertão da Bahia.
1877
O ano de 1877 foi célebre em todo o Nordeste: era o início da grande seca que durou 2 anos deixando um rastro de 300 mil mortos e um número incalculável de retirantes famintos, muitos dos quais comiam cadáveres nas beiras de estrada. Antônio Conselheiro vivencia a dor e o sofrimento do povo nordestino e continua suas peregrinações pelo sertão adentro, falando para os pobres e explorados, e seu comportamento desagradava cada vez mais setores influentes do latifúndio e da Igreja.
16 de Fevereiro - 1882
O Arcebispo de Salvador (BA), D. Luís José envia aos vigários de todo o Estado da Bahia, uma circular proibindo as pregações de Antônio Conselheiro em suas paróquias.
Chegando ao nosso conhecimento que, pelas freguesias do centro deste arcebispado, anda um indivíduo denominado Antônio Conselheiro, pregando ao povo que se reúne pra ouvi-lo doutrinas supersticiosas e uma moral excessivamente rígida com que esta perturbando as consciências e enfraquecendo, não pouco, a autoridade dos párochos destes lugares, ordenamos à V. Revma. que não consinta em sua freguesia semelhante abuso, fazendo saber aos parochianos que lhes prohibimos, absolutamente, de se reunirem para ouvir tal pregação, (...) Outrosim, se apesar das advertências de V. Revma., continuar o indivíduo em questão a praticar os mesmos abusos, haja V. Revma. de imediatamente comunicar-nos afim de nos entendermos com o Exm. Sr. Dr. chefe de polícia, no sentido de tomar-se contra o mesmo as providencias que se julgarem necessárias.
19 de Fevereiro - 1883
Morre aos 76 anos em Santa Fé (PB), o Padre Antônio Ibiapina, lendário missionário que construiu casas de caridade em vários Estados nordestinos. Antônio Conselheiro possivelmente foi muito influenciado pelo Pe. Ibiapina, que antes de se ordenar padre, foi juiz de direito em Quixeramobim (CE) em 1833.
15 de Novembro - 1889
É proclamada a República. A terra e a renda continuariam concentradas na mão das elites e o poder político não foi democratizado. Novas medidas começam a entrar em vigor, como a separação entre o Estado e a Igreja, o casamento civil e a cobrança de impostos. Conselheiro não aceita o novo regime e passa a combate-lo com firmeza, escrevendo nas prédicas:
Agora tenho de falar-vos de um assunto que tem sido o assombro e o abalo dos fiéis, de um assunto que só a incredulidade do homem ocasionaria semelhante acontecimento: a República, que é incontestavelmente um grande mal para o Brasil que era outrora tão bela a sua estrela, hoje porém foge toda a segurança, porque um novo governo acaba de ter o seu invento e do seu emprego se lança mão como meio mais eficaz e pronto para o extermínio da religião. Admiro o procedimento daqueles que têm concorrido com o seu voto para realizar-se a República, cuja idéia tem barbaramente oprimido a Igreja e os fiéis: chegando a incredulidade a ponto de proibir até a Companhia de Jesus; quem, pois não pasma à vista de tão degradante procedimento? Quem diria que houvesse homens que partilhassem de semelhante idéia. A república é o ludíbrio da tirania para os fiéis. Não se pode qualificar o procedimento daqueles que têm concorrido para que a República produza tão horroroso efeito!! Homens que olham por um prisma, quando deviam impugnar generosamente a República, dando assim brilhante prova de religião. Demonstrado, como se acha, que a República quer acabar com a religião, esta obra-prima de Deus que há dezenove séculos existe e há de permanecer até o fim do mundo; (...) Considerem portanto, estas verdades que devem convencer àquele que concebeu a idéia da República, que é impotente o poder humano para acabar com a religião. O presidente da república, porém, movido pela incredulidade que tem atraído sobre ele toda sorte de ilusões, entende que pode governar o Brasil como se fora um monarca legitimamente constituído por Deus; tanta injustiça os católicos contemplam amargurados. (...) É evidente que a república permanece sobre um princípio falso e dele não se pode tirar conseqüência legítima: sustentar o contrário seria absurdo, espantoso e singularíssimo; porque, ainda que ela trouxesse o bem para o país, por si é má, porque vai de encontro à vontade de Deus, com manifesta ofensa de sua divina lei. Como podem conciliar-se a lei divina e as humanas, tirando o direito de quem tem para dar a quem não tem? Quem não sabe que o digno príncipe o senhor dom Pedro 3.° tem poder legitimamente constituído por Deus para governar o Brasil? Quem não sabe que o seu digno avô o senhor Dom Pedro 2.°, de saudosa memória, não obstante ter sido vítima de uma traição a ponto de ser lançado fora do seu governo, recebendo tão pesado golpe, que prevalece o seu direito e, conseqüentemente, só sua real família tem poder para governar o Brasil? (...). Afirmo-vos, penetrado da mais íntima certeza, que o Senhor Jesus é Todo-Poderoso e fiel para cumprir a sua promessa é um erro de aquele que diz que a família real não há de governar mais o Brasil: se este mundo fosse absoluto, devia-se crer na vossa opinião; mas não há nada de absoluto neste mundo, porque tudo está sujeito à santíssima Providência de Deus, que dissipa o plano dos homens e confunde do modo que quer, sem mover-se do seu trono. A república há de cair por terra para confusão daquele que concebeu tão horrorosa idéia. Convençam-se, republicanos, que não hão de triunfar porque a sua causa é filha da incredulidade, que a cada movimento, a cada passo está sujeita a sofrer o castigo de tão horroroso procedimento. (...) Mas este sublime sentimento não domina no coração do presidente da república, que a seu talante quer governar o Brasil, praticando tão clamorosa injustiça, ferindo assim o direito mais claro, mais palpável da família real, legitimamente constituída para governar o Brasil. Creio, nutro a esperança que mais cedo ou mais tarde há de triunfar o seu direito, porque Deus fará devida Justiça, e nessa ocasião virá a paz para aqueles que generosamente tem impugnado a República. (MACEDO, 1974, p. 175)
As prédicas de Antônio Conselheiro calavam fundo na alma do povo oprimido e explorado, em uma visita ao Ceará, encontra o escritor João Brígido, antigo colega de infância, e declara: "vou para onde me chamam os mal aventurados". Consolidava-se o mito em torno da sua figura, e o séqüito que o acompanhava nas andanças pelo sertão nordestino era cada vez maior.
Como um semeador de oásis no deserto, Conselheiro ergue templos sagrados para o povo em muitos lugares esquecidos e abandonados por onde passa. São igrejas, cemitérios e até açudes. Nestas construções, Conselheiro tinha como mestres-de-obras Manoel Faustino e Manoel Feitosa.
No depoimento a Nertan Macedo, Honório Vilanova declarou:
O Peregrino disse a quantos o ouviram no Urucu que tinha uma promessa a cumprir: erguer vinte e cinco igrejas. Que não as construiria, contudo, em terras do Ceará. Nunca mais pude esquecer aquela presença. Era forte como um touro, os cabelos negros e lisos lhe caíam nos ombros, os olhos pareciam encantados, de tanto fogo, dentro de uma batina de azulão, os pés metidos numa alpercata de currulepe, chapéu de palha na cabeça. Era manso de palavra e bom de coração. Só aconselhava para o bem. Nunca pensei, eu e compadre Antônio, que um dia nossos destinos se cruzariam com o desse homem. (MACEDO, 1964)
Localidades onde Conselheiro construiu igrejas:
Crisópolis (BA), Biritinga (BA), Itapicuru (BA), Rainha dos Anjos (BA), Aporá (BA), Olindina (BA), Tobias Barreto (SE), Nova Soure (BA), Simão Dias (SE), Chorrochó (BA), Esplanada (BA) e Canudos. Localidades onde Conselheiro construiu cemitérios:
Timbó (BA), Entre Rios (BA), Ribeira do Amparo (BA), Cristinápolis (SE), Aporá (BA), Itapicuru (BA), Simão Dias (SE) e Canudos.
26 de Maio - 1893
Ocorre em Masseté (BA) o primeiro confronto armado entre o governo e os conselheiristas. A força militar, composta de 30 soldados e 1 tenente, foi enviada de Salvador (BA), após Antônio Conselheiro liderar um movimento que destruiu na praça pública de Natuba (atual Nova Soure - BA), os editais republicanos de cobrança de impostos, atitude que provocou a ira das autoridades locais.
Em Masseté, os conselheiristas, sob a direção de João Abade e armados de garruchas, cacetes e espingardas de caça, reagiram prontamente ao ataque da força militar, provocando a fuga desordenada da tropa. Após este fato, Conselheiro percebe que a pressão do governo republicano, da Igreja e dos latifundiários tendia a crescer. Então, reúne seus seguidores e abandona o Vale do Itapicuru, centro de suas atividades por muitos anos, partindo sertão a dentro, em busca da "Terra Prometida".
Informações com adaptações do site Portfolium.
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