domingo, 5 de junho de 2011

Revista diz que imóvel alugado por Palocci está em nome de 'laranja'


Por G1
'Veja' afirma que dono de apartamento declarou não ter bens. Casa Civil diz que contrato foi com imobiliária e isenta Palocci.
Reportagem da revista “Veja” publicada na edição deste final de semana afirma que o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, aluga um apartamento em São Paulo que está registrado em nome de uma empresa cujo principal sócio seria um "laranja". Segundo a revista, ele é um ex-funcionário da Prefeitura de Mauá que atualmente vive na periferia da cidade e que chegou a declarar não ter bens em seu nome.
Na manhã deste sábado (4), a Casa Civil da Presidência divulgou nota afirmando que o ministro “não pode ser responsabilizado por atos ou antecedentes do seu locador” e informando que os contratos foram intermediados por uma imobiliária (veja a integra da nota no final deste texto).

Nesta sexta (3), Palocci concedeu entrevista à TV Globo para justificar a evolução do patrimônio pessoal, que, segundo reportagem do último dia 15 do jornal "Folha de S.Paulo", aumentou 20 vezes entre 2006 e 2010.
O texto de "Veja" afirma que o imóvel de 650 metros quadrados localizado em Moema, perto do Parque do Ibirapuera, está avaliado em R$ 4 milhões, e o aluguel médio no prédio é de R$ 15 mil. Segundo a revista, no 14º Ofício de Registro de Imóveis de São Paulo, o apartamento pertence à empresa Lion Franquia e Participações Ltda, registrada em nome de dois sócios.
De acordo com a publicação, o ex-funcionário da Prefeitura de Mauá Dayvini Costa Nunes aparece com 99,5% das cotas da empresa. A revista afirma ter conversado em duas oportunidades com Nunes, que tem 23 anos e é representante comercial. Na primeira, ele teria dito que nunca teve “bem algum” e desconhecia que seu nome constasse da relação de sócios da empresa. Em um segundo contato, teria admitido ter mentido na primeira entrevista e afirmou, segundo a reportagem de “Veja” que aceitou participar da empresa Lion para ajudar parentes.
Além disso, a reportagem afirma que a empresa Lion usou endereço falso em todas suas operações nos últimos três anos. A revista aponta que um tio de Nunes seria o primeiro proprietário do imóvel e que esse parente responderia a 35 processos por fraudes de documentos, adulteração de combustível e sonegação fiscal.
Em nota, a Casa Civil informou que o aluguel do imóvel foi realizado em setembro de 2007 por indicação de uma imobiliária. Na época, de acordo com a Casa Civil, o contrato foi assinado entre Palocci, uma administradora de bens e os proprietários, que segundo a revista, são tios de Nunes. A Casa Civil informou que o ministro paga aluguel regularmente e que tem os comprovantes.
Veja abaixo a integra da nota da Casa Civil
"Esclarecimentos em relação a reportagem publicada pela revista Veja:
 1. O imóvel em que vive a família do ministro Antonio Palocci Filho em São Paulo foi alugado em 1º de setembro de 2007 por indicação da imobiliária Plaza Brasil, contatada para este fim.
2. O contrato foi firmado em bases regulares de mercado entre Antonio Palocci Filho e os proprietários Gesmo Siqueira dos Santos, sua mulher, Elisabeth Costa Garcia, e a Morumbi Administradora de Imóveis.
3. O contrato foi renovado em 1º de fevereiro de 2010 entre Antonio Palocci Filho e a Morumbi Administradoras de Bens, sucessora da Morumbi Administradora de Imóveis.
 4. Os alugueis são pagos regularmente através de depósitos bancários, dos quais o ministro dispõe de todos os comprovantes.
 5. O ministro e sua família nunca tiveram contato com os proprietários, tendo sempre tratado as questões relativas ao imóvel com a imobiliária responsável indicada pelos proprietários.
 6. O ministro, assim como qualquer outro locatário, não pode ser responsabilizado por atos ou antecedentes do seu locador.
 7. A revista não informou o teor da reportagem ao ministro ou a sua assessoria, motivo pela qual estes esclarecimentos não constam da reportagem."

Com informações do portal G1.


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