segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Nem Ki se Laske: Maquiavel e o sistema político brasileiro

Por José Cândido de Castro

"A patranha é a grande chancela do governante que usurpa o poder na nação" 

O Maquiavelismo é o sistema político que se baseia na astúcia, na má fé, no amoralismo e no principio de que os fins justificam os meios empregados para sua consecução. Esta é a doutrina política exposta e adotada pelo político Maquiavel, a mais ou menos uns quinhentos anos, nas páginas de um livro denominado “O PRINCIPE”. Só não retrata o sistema político brasileiro porque este é ainda pior do que o de Maquiavel. Primitivamente, o termo designava um sistema, no qual, o príncipe, o chefão, era dotado de poderes iluminados e absolutos sobre toda a comunidade, em geral, e sobre os indivíduos que a constituíam, em particular, considerado o Estado como “bem soberano ao qual se deve sacrificar todas as coisas e para cuja conservação se deve empregar todos os meios, pondo-se inclusive, de lado, a própria moral”. 


Hoje em dia, o termo refere-se a uma disposição habitual de calcular, com frieza, sem nenhuma consideração moral ou sentimental, os meios eficazes para a obtenção de determinado objetivo como expressão, a mais grosseira e selvática de um pensamento primitivista esta doutrina só serve para ocupar espaço nas prateleiras de velhas bibliotecas povoadas por cupins. Mas, como vômito indigesto da concepção materialista ou econômica da história, segundo a qual, o modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e intelectual, em geral, encontra ainda espaço, não na cabeça, mas no estômago das AVESTRUZES do sistema político brasileiro, cujas vísceras, suportam qualquer cascalho ingerido como comida ou manjar. O nosso atual sistema político, ainda que apelidado por motivos de propaganda, de Estado Democrático de direito, não difere, em nada do maquiavelismo a não ser que caminha para pior. Com efeito, o chefe do governo brasileiro é dotado de poderes ilimitados sobre a comunidade, em geral. O Estado é considerado como BEM SOBERANO ao qual se devem sacrificar todas as coisas. 

Os fins justificam e coonestam os meios, inclusive a prática da imoralidade, da corrupção e o holocausto de classes inteiras da sociedade como inúteis e prejudiciais ao Estado, conforme as práticas do nazismo, do comunismo e das modernas ditaduras estilo Chaves, Castro e outras máscaras da democracia que se enfeitam por ai, inclusive, no Brasil. O amoralismo que qualificamos de falta de vergonha na cara, é típico, é marca registrada da maioria dos políticos e dos governantes brasileiros. A patranha é a grande chancela do governante que usurpa o poder na nação. Maquiavel é fichinha, é filme queimado, da moderna pilantragem. Bin Laden demorou, mas pagou pelos crimes que ele cometeu contra inúmeros inocentes. Os criminosos do presente estão na fila e já ouvem o ruído do machado que pesa sobre suas cabeças, mais, sobre suas consciências endurecidas e preparadas para a marreta da justiça.

José Cândido de Castro

Maio de 2011

Professor José Cândido de Castro (91 anos), membro do Movimento Brasil Dignidade, 

escreveu este texto pouco antes de ser vitimado por um AVC. Está em recuperação, 

amparado por seus familiares e pelas orações de todos que o conhecem e o admiram.

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