quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Doenças respiratórias lideram internamentos

Por Alex Pimentel
Pelos registros da Secretaria de Saúde, a dengue é disparada a doença responsável pelo maior número de contaminações.
Os dados apontam 300, do início do ano para cá. A situação é praticamente a mesma nas cidades vizinhas, mas, bem diferente do que muita gente pensa não é essa enfermidade, provocada pelo mosquito Aedes Aegypti, a grande vilã no Ceará. Conforme a Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), as doenças respiratórias estão em primeiro lugar, com 60.667 internamentos, segundo dados de 2009. Os estudos foram elaborados pelo coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, médico Manoel Dias da Fonsêca Neto. Ele contou com a colaboração de 17 técnicos na área de saúde pública.

Segundo ele, as doenças respiratórias são responsáveis pelo maior número de internamentos nos hospitais do Estado. A tuberculose é uma das principais doenças endêmicas no Estado, com registro de 3.955 casos e taxa de incidência de 46,3 casos por 100 mil habitantes. Os dados são de 2009. Para piorar a situação, a Aids está modificando sensivelmente o quadro da tuberculose, aumentando a incidência em adultos jovens. Ocorre mais em área de grande concentração populacional e precárias condições socioeconômicas e sanitárias. Dos casos notificados, 61,4% foram do sexo masculino. A faixa de maior risco foi de 40 a 59 anos, seguida de 20 a 39 anos. Embora seja uma enfermidade sazonal, mais acentuada no período invernoso, como acontece com a dengue, as doenças respiratórias são mais fáceis de contrair. O contato com as mãos, a tosse, a respiração em ambientes fechados, onde existem muitas pessoas concentradas, facilitam a contaminação. Outro fator responsável está relacionado à questão econômica da população. A quantidade de famílias pobres e numerosas ainda é elevada no Estado. Obrigados a conviverem em um mesmo cômodo, dificilmente se livram dos agentes responsáveis pelas infecções, os pneumococos, explica Manoel Fonseca.
A situação seria pior não fosse a política implantada pelo Governo do Estado nos últimos anos. Em 2009, iniciou o programa de vacinação de imunização aos pneumococos. Os resultados foram surpreendentes. Os casos caíram de 106 para 16 por cada mil habitantes. Afetam crianças recém-nascidas provocando o óbito. Depois das complicações perinatais, esse tipo de doença vem em segundo lugar na população infantil. A diarreia vem logo em seguida. Com o apoio dos agentes de saúde e da descentralização da assistência médica às famílias, a perspectiva é de mais melhorias. A acessibilidade dos mais pobres a moradias mais estruturadas também pode ser considerada bom remédio para o problema.
Ranking
Depois das complicações respiratórias, as neoplasias, mais conhecidas como doenças cancerígenas, veem em 2º lugar nos internamentos hospitalares. Representam 10,5% com 37.272 registros. Em seguida, as doenças do aparelho digestivo. Segundo o relatório da Sesa de 2009, 36. 571 pacientes foram internados. São 10,3% do geral. Os registros de 2010 são conferidos junto ao Ministério da Saúde. Tratam-se de resultados absolutos, são analisados com cautela. No período, hospitais públicos do Ceará receberam 363.536 doentes. Os números aumentaram superlotando unidades de assistência terciária.
De acordo com Manoel Fonsêca, esse quadro está mudando. Além da construção de três hospitais regionais de grande porte no interior do Estado, 21 policlínicas estão sendo implantadas. Nelas será possível diagnosticar os casos de câncer de mama precocemente. O tratamento no início da doença salva vidas. Nos homens, onde a doença maligna aparece mais na próstata, pulmão e no estômago, não será diferente. O objetivo é trabalhar a prevenção, evitando não só os internamentos como, também, as mortes por complicações à saúde.
Registros
3.955 Casos de tuberculose foram registrados no ano de 2009. Esta é uma das principais doenças endêmicas no Estado. Sua taxa de incidência de 46,3 casos por 100 mil habitantes
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Principal causa de morte
Quixadá. Quanto às principais causas de óbito, são os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) os principais responsáveis. No Ceará, o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) vem captando cerca de 40 mil óbitos, por ano, desde 2003. Nos últimos levantamentos (2009), 13.333 pessoas morreram por AVC. O risco de morte por essas doenças apresenta comportamento crescente nos últimos anos. Grande parte decorre, provavelmente, de quadros de hipertensão arterial não diagnosticada precocemente ou inadequadamente tratada. O número exato total de mortes em 2009 na saúde pública foi de 40.002.
Com relação ao sexo, o estudo aponta superioridade do masculino em relação ao feminino, por ordem de maior frequência, em: doenças do aparelho circulatório, causas externas, neoplasias, doenças do aparelho digestivo, doenças infecciosas e parasitárias, algumas afecções originadas no período perinatal, transtornos mentais e comportamentais. Por fim, do aparelho geniturinário. No feminino, as doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas superaram as mortes por essa causa no sexo masculino. Foram equivalentes as mortes nos dois sexos por doenças do sangue, órgãos hematopoiéticos, transtornos imunitários, do sistema nervoso, do aparelho respiratório, malformações congênitas, deformidades e anomalias. A mortalidade por neoplasias tem comportamento crescente, situando-se como a segunda causa de óbito nos últimos quatro anos. Nos homens, tumores de próstata, estômago e brônquios/pulmões são as mais importantes. Na mulher, as principais causas de mortalidade por câncer foram: de mama, pulmão, estômago e colo de útero.
Alex Pimentel
Diário do Nordeste 


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