domingo, 5 de dezembro de 2010

Mudança de hábito

Opinião e Ação
Por Getulio Freitas



Estava hoje vendo algumas partes do filme mudança de hábito e fiquei a refletir sobre a temática do filme, e dentre outras inspirações que somos levados a ter. A habilidade da personagem vivida pela atriz Whoolpi Goldberg acredito ser modelo para diversas palestras na área gerencial e dentre outras. Mas o que me chamou atenção foi pelo fato daquele movimento ter ocorrido dentro de um convento, num bairro marginalizado e com todas as mazelas vividas por nossa sociedade hoje e por muitas cidades. Os problemas podem não serem os mesmos, mas certamente ainda são problemas sem solução. Existia uma Madre Superiora, responsável pela tradição, bons costumes e disciplina que inicialmente horrorizou-se com a evolução e mudança de postura do coro. As mudanças sempre nos assustam por inúmeros motivos, é melhor ficarmos em nossa caverna onde nada acontece, ou se acontece, já sabemos o que será. O cenário, uma comunidade “a La mundo moderno” de pessoas marginalizadas, sem fé, sem nenhuma realização pessoal, desmotivadas e sem nenhum motivo para irem à igreja local. Então algo acontece que fez com que a igreja fosse até ao povo e os convidassem. A música era tão linda e tão nova, que fez com que tivessem curiosidade para saber de onde vinha. E foram fisgados. Aquela instituição que antes era fechada, restrita as orações individuais das religiosas que ali moravam, passou a ser ponto de partida para o inicio da viagem interior que muitos precisavam e não tinham motivo nem guia. Não é necessário que as igrejas mudem suas posturas e se adaptem a modernidade, mas é necessário que elas falem a linguagem da atualidade e ouça e sinta o que seu povo quer e precisa e atenda estes anseios. Afinal, o objetivo da religião é nos ligar a Deus, nos religar na verdade, se formos ver a morfologia da palavra. Mas você pode dizer que não há necessidade de religião. Que o estado tem políticas educacionais capazes de prover um cidadão consciente de si e do ser humano a sua volta. Há tá, em acredito em fadas e duendes! Mas prezado o estado só é estado por que possui leis que administram a liberdade, e detém o monopólio da violência e nos protege da “guerra de todos contra todos”, como cita T. Hobbes. Assim o controle do mesmo é direto e não promove um crescimento humano ao ponto de seguir regras que estão dentro de mim inerentes “amar ao próximo como a si mesmo”. Se o estado visa me vigiar e controlar através das leis, a religião evoca que quem deve fazer isso, sou eu mesmo. Preza pela auto-responsabilidade e pelo outro claro. Não é te dizer o erro e o que fazer, mas te fazer ver teu erro e que tu vejas o que fazer. Deve te colocar em contato consigo mesmo, para que te conheças e saibas quem tu és. Um profeta há dois mil e dez anos atrás, pregou exatamente isso. Que o reino de Deus já está entre nós, sim ele está dentro de você! E é tua missão levá-lo ao outro. Não levá-lo á tua igreja, mas levá-lo ao reino de Deus. Ele pregava a revolução interior, e a revolução só se alcança através de reflexão, da briga que tenho que travar comigo mesmo e das perguntas que tenho que responder para mim mesmo. Lembre-se que só nós temos a chave de nossos corpos e tudo que entra nele é com nossa permissão, nosso coração abre por dentro. Quem você tem convidado para ele ultimamente? Paremos de escutar fontes escusas que te dizem que igreja só serve para arrecadar dinheiro e que os que a dirigem não tem moral para estarem onde estão. Se existem brigas religiosas, ou “guerra santa”, que de santa não tem nada, é pelo mau uso de religião, quando ela é usada como escudo para proteger meus interesses. Não se iludam, acordem! E onde existirem humanos, existirá a imperfeição e todas as potencialidades do mesmo. Até a próxima!

Getulio Freitas
Bacharelando em Administração pela Universidade Federal do Ceará - UFC. Bacharelando em Gestão Ambiental pela Universidade Metodista de São Paulo, Funcionário de empresa Privada e ex Diretor Geral da Associação Serrazul.

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