Em um livro a ser lançado amanhã, o papa Bento 16 acena com uma mudança em uma das posições mais polêmicas da Igreja Católica: o veto ao uso de preservativos.
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Na obra, baseada em 20 horas de entrevistas do Papa ao jornalista alemão Peter Seewald, ele admite o uso de camisinha em “alguns casos”.
Diante da repercussão da declaração, o Vaticano se apressou em emitir nota negando que tivesse havido mudança no discurso e na atitude da Igreja em relação à camisinha.
O fato é que, até agora, a posição oficial do Papa sobre a prevenção da Aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis se resumia a recomendar abstinência sexual e fidelidade no casamento.
No livro, que teve trechos publicados ontem no L’Osservatore Romano, órgão do Vaticano, o jornalista questiona o Papa sobre o fato de a Igreja ser fundamentalmente contrária ao uso da camisinha.
– Com certeza, (a Igreja) não vê (o preservativo) como uma solução real e moral – respondeu Bento 16.
Em seguida, o líder de 1,1 bilhão de católicos afirmou que “em certos casos, quando a intenção é reduzir o risco de infecção, pode ser um primeiro passo para abrir o caminho a uma sexualidade mais humana”. Observadores afirmaram que a declaração marca uma importante mudança de postura da Igreja sobre o tema.
– O Papa deu o passo em um momento maduro, que já era esperado – disse o vaticanista Luigi Accatoli, do jornal Corriere della Sera.
Bento 16 também se declarou contrário à proibição do véu islâmico integral (a chamada burca) em países como a França.
– No que se refere à burca, não vejo motivos para uma proibição geral – disse o líder religioso.
Correio Catarinense
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