quinta-feira, 28 de abril de 2011

Violência

SinceraMente
Por Fagne Alexandre

Se as palavras fossem tão somente palavras elas perderiam o sentido de sua própria existência, e ironicamente não teriam sentido, fazendo com que toda a cultura humana fosse perdida. Não por acaso, o uso de determinada palavra dentro de um contexto específico dá a esta um sentido particularizado, algumas vezes pode até mesmo transformar seu sentido.

Não são poucos os exemplos de palavras que ao longo do tempo foram ganhando novos significados, algumas vezes, resultando disso a inacreditável descrença de ações diante de uma simples “palavra”.


Diante da possibilidade levantada – se queres: suscitada -, já não é possível dizer que elas são tão somente recursos para as conversações diárias, mas, que são, no mínimo, fundamentos de debates e discussões. Portanto, está diante de uma palavra não significa a compreensão de seu contexto, tão pouco significa a aceitação deste.

Política, por exemplo, carrega, atualmente, um sentido diferente daquele que foi pensado inicialmente na Grécia Antiga, lugar de onde teria surgido o termo, e que ainda figura nos dicionários como: arte de bem governar os povos (dic. Aurélio da L. Port.). É possível dizer que houve uma transformação radical na atitude que se tem diante desta palavra tão cara a humanidade.

Aparentemente, nada está mais distante do que o assunto aqui abordado e o seu título, talvez, não seja apenas aparência, pois diariamente somos colocados diante de uma violência que parece única e universal. Não questiono a violência apresentado, porém acho extremamente violenta a repetição de uma forma de destruição humana que desumaniza cada vez mais aqueles que já não mais acreditam na fraternidade.

Se, é possível dizer que violento é o impacto, ou seja, a maneira como toca algumas pessoas em alguns casos, a forma como é feita em outros, também é possível compreender que o resultado também faz parte deste mesmo contexto de violência. Portanto a violência de uma mídia que trabalhar para deixar o povo na ignorância não pode ser muito diferente da violência que é praticada por violentos violentados.

Contudo, estamos acostumados a ver como violência somente o sangue das vítimas do caos social que se espalha por todos lugares se recriando na revolta sem causa – num plágio de uma rebeldia sem causa – não por que a causa não exista, mas por que era mais fácil combater com a repressão que permitir a liberdade consciente.

 Se não é violento silenciar a massa com uma mídia distante do povo, simplesmente por que este mesmo povo foi formado por mídia sempre distante, talvez também não seja violento silenciar a fome, se não bastasse de uma arte humanizadora, de uma justiça, seja ela mesma legal, a fome desumanizadora do pão, mesmo com uma produção alimentícia capaz de alimentar a todos.

Fagne Alexandre
Graduado em letras pela UECE/FECLESC
Ex-Professor da Escola Cônego
Funcionário de empresa de economia mista




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