Por Redação
Cerca de 2 mil pessoas acompanharam o velório e o enterro do matador de aluguel.
Uma cidade praticamente esvaziada por seus moradores, suas ruas estava praticamente sem movimentos, restaurantes com poucos clientes e um silêncio desafiavam os poucos munícipes de Nova Jaguaribara. Foi assim que a reportagem da Revista Central, (único portal de noticias que cobriu o enterro do maior pistoleiro do nordeste), encontrou na manhã desta terça-feira, 5, as feições da cidade pareciam que ontem era um feriado, no entanto, seus conterrâneos estavam dando adeus ao seu filho mais famoso. Chegamos por volta das 10 horas e fomos ao encontro do corpo do homem que já foi o mais temido da região do nordeste brasileiro na década de 80.
Nossa equipe teve que percorrer mais 8 km em estrada carroçável e ao chegar à localidade de Castanhão Novo, local onde Idelfonso Maia Cunha (Mainha) jogou muita bola, tomou pinga, e lugar onde habita boa parte de sua família, todavia, nos últimos anos ele pouco frequentava o povoado, mas sempre que aparecia era bem recepcionado pelos menos de 1,5 mil moradores. Quando chegamos lá, logo fomos ‘avisado’ que não poderíamos registrar imagens do velório que acontecia naquele exato momento. Cerca de 8 homens deram o ultimato, mesmo assim fomos a residência da mãe do pistoleiro e ela pediu que respeitasse aquele momento de sofrimento. O velório estava sendo realizado na casa da sogra, uma casinha simples. Ao pararmos nosso veículo a viúva bastante nervosa disse que não era pra filmar o corpo do seu esposo, mesmo assim nos permitiu sem equipamento, vê-lo. Ele estava com uma faixa branca na cabeça e de barba.
Idelfonso Maia da Cunha, 55 anos, nasceu no município de Alto Santos, no dia 28 de outubro de 1955, estudou por muito tempo na cidade de Limoeiro do Norte, cresceu e mudou a sua vida praticando crimes, muitos atribuíram mais 100 homicídios, porém, poucos foram confirmados. O primeiro homicídio do qual ´Mainha´ respondeu (e confessou) aconteceu em Quixadá no dia 23 de janeiro de 1982, quando, durante uma discussão de vizinhos, ele foi chamado de “ladrão de cavalo” e, por isso, sem hesitar, assassinou Orismilde Rodrigues da Silva, o ´Caboclo Bárbaro´. "Nunca fui ladrão", disse ´Mainha´ após sua prisão, em 1988. Em junho de 1983, trocou tiros e matou dois pistoleiros que haviam sido contratados por seus inimigos no Rio Grande do Norte. O local do embate foi o posto Universal, na BR-116. Depois dizem que ele praticou outros crimes, poucos comprovados. No ano de 1988, após 11 anos de fugas, foi preso em Quiteranópolis. Ao ser preso confessou ter executado sete pessoas, inclusive o ex-prefeito de Iracema, Expedito Leite em uma chacina em 1977. O pistoleiro foi condenado a 90 anos de reclusão em regime fechado, 12 anos pela morte de Orismildo Rodrigues da Silva, em Quixadá, e 18 pelo assassinato do despachante Iran Nunes, 64 anos pela chacina de Alto Santo, em 16 de abril de 1983, neste atentado foram mortos o ex-prefeito de Pereiro, João Terceiro de Sousa, a esposa Raimunda Nilda Campos, o motorista Francisco de Assis Aquino e o policial militar João Leonor de Araújo.
O pistoleiro Mainha foi assassinado na terça-feira, 4, com nove tiros de pistola ponto 40, quando andava em um burro, dois indivíduos em um carro preto, no Conjunto Prourb, em Maranguape, lhe atingiram com um balaço na cabeça, e os demais no braço direito, no peito e abdome. Na manhã de ontem, 5, na cidade de Nova Jaguaribara, cerca de 2 mil pessoas acompanharam o velório e o enterro do matador de aluguel.
Era exatamente às 15h55min quando uma multidão de pessoas na sua maioria de motocicletas, carros e a pé adentravam com o corpo do pistoleiro ao Cemitério Parque da Saudade, lá foi celebrada uma missa de corpo presente, cercada por muitas pessoas. A imprensa foi impedida de registrar imagens, porém, o portal Revista Central conseguiu tirar várias fotos e logo após fomos solicitados a se afastar do local. Uma hora depois, parentes, amigos e curiosos conduziram o corpo até o tumulo H 10, gaveta 01 e de lá mesmo deram o seu último adeus.
Idelfonso Maia da Cunha, era pai de três filhas, uma de 14, 16 e a mais velha de 24, uma delas chorava muito, não foi nem ver seu pai sendo sepultado, ficou cerca de 50 metros dentro de um carro e sendo consolada por familiares. O homem que colocou a última par de areia, foi um amigo de infância, o coveiro Raimundo Nonato Alves Bandeira Filho, 42 anos, ele disse apenas, “ hoje vou enterrar não só o filho mais famoso de Nova Jaguaribara, mas um amigo de infância, e também muito querido na nossa região”.
Até o momento a polícia não tem informações sobre o paradeiro dos pistoleiros que executaram Mainha.
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