Foto: divulgação internet |
Em comunidades de 60 municípios é o carro-pipa que leva água para os moradores. Os sertanejos perderam 69% da safra de grãos. O Ceará enfrenta a pior seca dos últimos 26 anos. Muitas comunidades só têm água dos carros-pipa. Sem chuva há quatro meses, a água se tornou tão rara no sertão do Ceará que precisa ser protegida como objeto precioso. A dona de casa Isvaneuda Jorge de Paiva mantém a cisterna assim porque pagou para ser abastecida. "Daqui para o fim do ano é a gente botar água, pagar direto, que não tem da onde a gente tirar", contou. O que sobrou nos açudes não serve pra consumo humano. "A gente vem todo dia pegar água para as vacas, bota três carroças dessas", disse o agricultor Almir Alves da Silva.
Mas, ainda é no rio que o pescador busca alimento, agora, sem precisar de vara nem anzol. "A gente leva pra casa, mistura com feijão e come com farinha", disse o pescador João Gomes Barroso. Em comunidades de 60 municípios é o carro-pipa que leva água para os moradores. "Água do carro-pipa a gente está usando pra beber, pra cozinhar, porque a água que nós temos não dá pra cozinhar, pra fazer nem um café", alertou a professora Laura Dourado de Sousa. Para o gado, o mandacaru é o único alimento. Para os moradores, a alimentação também está difícil. Em todo o Ceará, os sertanejos perderam 69% da safra de grãos nesta que é a pior seca dos últimos 26 anos. A meteorologia não prevê chuva para os próximos meses.
"Nada deu. Se plantou, não se colheu. Nós não colhemos um caroço de feijão e nem de milho", destacou uma moradora.
E quem colheu, consome o último resto de feijão que havia conseguido estocar em meio à seca. "Agora acabou, agora não tem mais não. Depois nós vamos comprar. Deus há de dar um jeito de nós comprarmos", espera a dona de casa Soraia Maria de Sousa.
G1
0 Comentários:
Postar um comentário