“A Faculdade Católica não é mais de uma pessoa, não é mais de um grupo, é da sociedade”. Manoel Messias de Sousa (Diretor)
O novo diretor da Faculdade Católica Rainha do Sertão recebeu na manhã de ontem, 09, em seu gabinete a reportagem da Revista Central, foi a sua primeira entrevista a imprensa.
Com um currículo invejável, o professor Manoel Messias de Sousa tem uma nova missão em sua vida, dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos pela gestão anterior. A sua frente terá muitos obstáculos desde a conquista da simpatia dos funcionários até o tão difícil e sonhado curso de medicina, ele afirma que está a disposição para dialogar com quem o procurar e que a sua vida para a terra dos monólitos se deu por acreditar em um projeto que é inovador e diferente, “eu sempre enxerguei a Faculdade Católica desde o início, incorporei com esta idéia de um centro de experiência no ensino superior no sertão do Ceará, eu vim com propósito de ajudar, de construir uma entidade completamente inovadora aqui no Sertão Central” declarou o novo diretor.
Segundo Manoel Messias a sua relação com o ex-diretor, José Nilson, foi muito cordial, eles trabalharam juntos por alguns anos, mas afirmou que o ex-diretor ainda não entrou em contato com ele após assumir o comando da instituição. “Ainda não conversei com o José após sua renúncia, possivelmente tenha viajado, mas não conversei com ele”.
Sobre uma possível demissão daqueles funcionários indicados pela gestão anterior o novo diretor descartou possibilidades de serem demitidos, mas para isso tem que seguir as novas normas da sua gestão. Ele afirma: “a recomendação que eu tenho de Dom Ângelo é não procedermos em nada com relação a prejudicar pessoas, as pessoas que quiserem trabalhar conosco e que se alinharem as nossas orientações trabalharão conosco, até porque tenho uma boa relação com muitas pessoas que trabalham aqui”.
O diretor disse que admira o trabalho dos seguidores da Comunidade Católica Shalom e que a sua relação sempre foi de muito respeito, mas deixou claro que não faz parte do grupo, sobre a sua relação ele diz: “Sempre tivemos um tratamento cordial, eu não faço parte, mas admiro o trabalho deles, é um trabalho da igreja muito importante”.
O trabalho da tão polemica auditória nas contas da faculdade ainda não foram concluídos, Manoel Messias preferiu não opinar sobre a saída de Zé Nilson e Dom Adélio quando perguntamos se renúncia tinha relação com a auditória.
“A Faculdade Católica financeiramente é sustentável, ela é uma faculdade que vem sendo trabalhada e administrada muito bem, até o Zé Nilson dizia muito, “franciscanamente muito bem”, ele sempre tinha muito cuidado, muito zelo em relação aos recursos da faculdade”. O diretor não respondeu claramente quando perguntamos qual a verdadeira realidade financeira da Faculdade Católica de Quixadá.
Sobre a grande porcentagem que corre nos bastidores que a faculdade enfrenta pelo alto índice de inadimplência, o diretor respondeu que é normal para qualquer faculdade privada no país, ele chegou a dizer que um dos motivos seria a situação da baixa renda dos estudantes da região, o novo diretor não forneceu dados concretos sobre o tema, disse que está apurando.
Foi descartado completamente a possibilidade daqueles estudantes bolsistas serem prejudicados, bem como os funcionários que tem bolsas de estudos doados pela instituição, “continua dentro de um plano de sustentabilidade dela, ela é uma instituição privada que tem que se alto sustentar, mas isso acredito tenha sido pensado ao longo do tempo, estamos avaliado tudo isso, ressalto que é uma política da própria igreja em contribuir com o bem social e ela não poderia deixar de ter uma braço social. Vai continuar, o que for bom para a comunidade nós não vamos mexer em nada” destacou Manoel Messias.
Sobre a possibilidade de um possível fechamento com a falta de doações que eram doados pelos empresários amigos de Dom Adélio, o novo diretor disse que tem certeza que não há nenhuma possibilidade e que o movimento que gerou toda essa confusão tenha atrapalhado a Faculdade Católica, ele falou que a nova direção vai dar respostas trabalhando muito. “Eu acredito que nesta fase desse movimento tenha atrapalhado um pouco, mas vamos dar respostas trabalhando muito e crescendo a cada dia mais”.
Segundo Manoel Messias, no momento não tem como dizer se com a saída de Dom Adélio os investidores irão parar de fazer doações, para ele só o futuro vai dizer. Perguntamos se com as mensalidades dos estudantes a faculdade teria condições de caminhar sem investimentos externos, o diretor não respondeu com clareza, “hoje após todos os investimentos realizados por Dom Adélio a faculdade tem condições de caminhar com pequenas ajudas, com pequenos ajustes caso necessário”, foi à sua resposta.
Sobre as suas ações iniciais Manoel Messias, disse que está tentando conhecer melhor a instituição e que a partir de março vai implantar o seu modo de administrar, “vou imprimir o meu estilo de administrar, porque cada um tem seu modo de administrar, o Zé Nilson tinha o dele e eu tenho o meu, mas tentarei tornar a faculdade mais participativa”.
Sobre o curso de medicina ele disse que a nova direção não medirá esforços no sentido de buscar o mais rápido, os técnicos do Ministério da Educação estão em março para fazer uma nova vistoria. Na manhã de ontem a instituição teve o curso de Arquitetura aprovado.
Possivelmente este ano a faculdade não terá as grandes obras como vinham acontecendo, o motivo seria a concentração de capital para outras obras da diocese. Mas todos os esforços serão mantidos para a aprovação do curso de medicina, “no momento se precisar de investimento será aplicado no curso de medicina, nos demais o Dom Adélio deixou muito bem estruturados”.
Sobre o futuro da faculdade a curto prazo o novo diretor disse acreditar que a Católica tem um projeto inovador e que a cada dia ganhará espaço no ensino superior, “eu sempre enxerguei a faculdade católica desde o início que eu incorporei com esta idéia como um centro de experiência no ensino superior no sertão do Ceará, vim com o propósito de ajudar, de construir uma entidade completamente inovadora aqui no Sertão Central. Eu vejo que a cada dia ela será mais visível conquistando o ensino superior na região”.
Entrevista na íntegra:
RC: A saída de dom Adélio da Católica, esses empresários podem deixar de investir na instituição?
Diretor: “Ai eu não sei, é uma questão a ser vista no futuro”.
RC: Professor Messias, qual a sua formação acadêmica?
Diretor: “Tenho especialização em administração, mestrado em administração, ex-professor da UFC já exerci funções administrativas na UFC ao longo de 35 anos”.
RC: Qual a sua relação com o ex-diretor José Nilson?
Diretor: “Sempre foi muito boa, nos sempre tivemos uma boa relação desde o inicio que trabalhamos juntos, sempre tivemos um cordial relacionamento.
RC: Ela já entrou em contato com o senhor para desejar sucesso como novo diretor?
Diretor: “ainda não conversei com o José após sua renuncia, possivelmente tenha viajado, mas não conversei com ele”.
RC: Qual a sua avaliação da gestão anterior?
Diretor: “A própria gestão anterior eu fazia parte, acompanhei todo tempo o grande trabalho de Dom Adélio, o José Nilson como administrador geral sempre empenhado na busca de fazer o melhor para faculdade”.
RC: Há uma grande preocupação por parte dos funcionários em possíveis demissões, de fato há possibilidades?
Diretor: “A recomendação que eu tenho de Dom Ângelo é não procedermos nada com relação a prejudicar pessoas, as pessoas que quiserem trabalhar conosco e que se alinharem as nossas orientações trabalharão conosco, até porque tenho uma boa relação com muitas pessoas que trabalham aqui”.
RC: Qual a sua relação com a comunidade Católica Shalon?
Diretor: “Sempre tratamento cordial, eu não faço parte, mas admiro o trabalho deles, é um trabalho da igreja muito importante”.
RC: Pouco tempo iniciou-se uma auditória nas contas da faculdade, já foi concluída?
Diretor: “Não foi concluída ainda”.
RC: A saída de Dom Adélio e de José Nilson teve relação com o resultado final?
Diretor: “Não sei, ai só ele tem como responder essa questão, é muito intima, é um problema que está acontecendo desde o ano passado.
RC: Qual a realidade financeira hoje da FCRS?
Diretor: “A Faculdade Católica financeiramente é sustentável, ela é uma faculdade que vem sendo trabalhada e administrada muito bem, até o Zé Nilson dizia muito, “franciscanamente muito bem”, ele sempre tinha muito cuidado, muito zelo em relação aos recursos da faculdade”.
RC: Dizem que há um grande índice de inadimplência por parte dos universitários, é verdade?
Diretor: “A questão de inadimplência é nacional e aqui em Quixadá não poderia ser diferente, todas as faculdades passam por problemas de inadimplência, o pessoal tem dificuldades por causa da renda baixa, a situação financeira da região não é tão privilegiada”.
RC: O senhor tem essa porcentagem da inadimplência?
Diretor: “Não tenho porque estou tentando conhecer agora”.
RC: Só com os pagamentos das mensalidades dos estudantes a faculdade caminhará no mesmo ritmo de crescimento?
Diretor: “Hoje após todos os investimentos realizados por dom Adélio a faculdade tem condições de caminhar com pequenas ajudas, com pequenos ajustes caso necessário”.
RC: Muitos estudantes recebem bolsas doadas pela Católica eles correm risco de perderem?
Diretor: “Não, a norma da participação social, da contribuição social continua dentro de um plano de sustentabilidade dela, é uma instituição privada que tem que se alto sustentar, mas isso acredito tenha sido pensado ao longo do tempo, estamos avaliado tudo isso, ressalto que é uma política da própria igreja em contribuir com o bem social e ela não poderia deixar de ter uma braço social”.
RC: Há também muitos funcionários que estudam aqui graças a bolsas, na sua gestão esse programa vai continuar?
Diretor: “Vai continuar, o que for bom para a comunidade nós não vamos mexer em nada”.
RC: É verdade que a Faculdade Católica recebe muitos investimentos de empresários da Itália?
Diretor: “Isso ai quem controlava tudo isso era o Zé Nilson e dom Adélio eu acredito que toda essa edificação tenha sido muito a base de doação, de ajuda desses amigos de dom Adélio”.
RC: A saída de dom Adélio da Católica, esses empresários podem deixar de investir na instituição?
Diretor: “Ai eu não sei, é uma questão a ser vista no futuro”.
RC: Há um temor por parte de pais e alunos após a saída de dom Adélio, o motivo seria uma possível falência da Católica em curto prazo. Há motivos para tamanha preocupação?
Diretor: “Eu acho que essa campanha que levantou-se na cidade, usou essa bandeira para se sensibilizar o povo, mas isso nunca foi idéia nem da parte de Dom Adélio e Dom Ângelo e nem de quem tem consenso e verifica que faculdade hoje não é mais de uma pessoa, não é mais de um grupo é da sociedade do Sertão Central”.
RC: Esse clima tenso tem ou pode atrapalhar o desenvolvimento da FCRS?
Diretor: “Eu acredito que nesta fase desse movimento tenha atrapalhado um pouco, mas estamos mostrando as pessoas nossos propósitos, que nada daquilo que era pregado é verdade, não existe nada disso, as pessoas vão compreendendo pela prática e testemunho de cada um, vamos dar a resposta trabalhando muito e crescendo a cada dia mais”.
RC: Quais as principais ações do novo diretor da FCRS?
Diretor: “No momento eu estou tentando conhecer a faculdade, estou dialogando com as pessoas, conhecendo essa realidade, após março sem dúvida estarei por dentro de tudo. A partir dai vou imprimir o meu estilo de administrar, porque cada um tem seu modo de administrar, o Zé Nilson tinha o dele e eu tenho o meu, mas tenho tentado tornar a faculdade mais participativa”.
RC: Quais ações estão em curso para que medicina em Quixadá seja uma realidade?
Diretor: “O curso de medicina foi pensado a dois anos atrás que ele vem sendo trabalhado, Dom Adélio e Zé vinham viabilizando esse curso, há uma proposta de uma equipe do Inep/Mec fazer uma visita para avaliar o curso no inicio de março e nos estamos tomando todas as providencias para viabilizar esta visita”.
RC: O curso de arquitetura chegará ainda em 2010?
Diretor: “O curso de arquitetura acabou de ser aprovado e publicado no diário oficial na manhã de hoje”.
RC: As obras de expansão da Católica serão retomadas ou haverá enxugamento das contas da faculdade?
Diretor: “No momento se precisar de investimento será aplicado no curso de medicina, nos demais o Dom Adélio deixou muito bem estruturados”.
RC: Olhando para o futuro como estará a FCRS daqui a cinco anos?
Diretor: “Eu sempre enxerguei a faculdade católica desde o início que eu incorporei com esta idéia como um centro de experiência no ensino superior no sertão do Ceará, vim com o propósito de ajudar, de construir uma entidade completamente inovadora aqui no Sertão Central. Eu vejo que a cada dia ela será mais visível conquistando o ensino superior na região”.
Fonte: Revista Central de Quixadá (Matéria Autorizada)
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