Contagem regressiva para os festejos de São João, que este ano contará em dança mais um episódio envolvendo a passagem de Lampião por Limoeiro do Norte.
Aos pouquinhos, de dois em dois ou em turma, os primeiros brincantes vão chegando à casa 115 da Travessa Riachuelo, nas proximidades da avenida Borges de Melo. Primeiro, as crianças; logo em seguida, os adultos, o Arraiá Zé Testinha - que completa 34 anos de existência em 2010 - mal passou o período momino e já está a todo vapor com os preparativos para mais um ano puxado de folia junina.
Numa espécie de sítio, que reúne duas grandes casas da família Rogério, Reginaldo, um dos seis filhos e seu Francisco e dona Maria José, chamada por todos de Vó Mãezinha, é quem comanda a trupe que, a cada ano, se reinventa para contar na pisada forte e na alegria da quadrilha as peripécias de Lampião e seu lendário bando de cangaceiros. “Começou como uma brincadeira, a gente cresceu no meio disso.
Nosso avô, Antônio (já falecido), era rabequeiro e fazia na casa dele essas festas. Mas era de uma maneira diferente do que é hoje, que a gente até costuma chamar de quadrilha improvisada, né?”, explicou Reginaldo, técnico de manutenção que troca o Carnaval para, em junho, encarnar o Zé Testinha.
O Arraiá Zé Testinha é um dos grupos mais antigos em atuação. São 34 anos de atividade ininterrupta. O grupo tem uma característica particular: faz o resgate da cultura do cangaço.
Atualmente um dos grupos de maior popularidade e atuação no Estado do Ceará, o Arraiá Zé Testinha, diferentemente das chamadas “quadrilhas estilizadas”, aposta na tradição para agradar o público. “Quando a gente viu o avanço da modernidade, percebemos que a gente tinha que achar dentro da nossa história uma riqueza cultural para contar. Então encontramos o cangaço. Algumas pessoas até acham que é a mesma coisa pelo fato de sempre existir a roupa de cangaceiro e tal, mas o fato é que a gente evoluiu sem perder as nossas características”.
Para tanto, músicas próprias e do rei Luiz Gonzaga pontuam o repertório do regional, formado por Jonathan Rogério (voz e zabumba), Natanael Welton (triângulo) e Wellington Júnior (sanfona).
Para 2010, o tema da quadrilha, que conta em sua formação com diversos integrantes da própria família, será a passagem de Virgulino Ferreira pelo município cearense de Limoeiro do Norte. “A gente, desde que começou a focar em Lampião, estuda a história do cangaço no sertão, os lugares por onde Lampião passou... Então vimos que ele chegou em Limoeiro, e o que a gente vai mostrar é justamente o lado festeiro disso, não a briga. Vai ser um fuxico só!”, prevê Reginaldo, que já se apresentou com a Testinha em Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Brasília, arrebatando inúmeros troféus.
Algumas das melhores fotos que se tem do bando de Lampião foram tiradas em Limoeiro, na frente de uma farmácia, de frente para a igreja. Lampião seria o quinto da direita para esquerda, sentado.
Mini cangaço
Criada há cinco anos para homenagear a adulta, a quadrilha infantil do Zé Testinha é composta por crianças a partir dos sete anos. Zélia Rogério, irmã, é quem puxa a marcação. “Para esse primeiro ensaio, vieram 24 pares. Mas esse número pode aumentar ou diminuir, depende. Tem menino que sai por conta própria, mãe que tira o filho...”, explica. Para além da parte cultural, o caráter social também conta, e muito, para Reginaldo. “Aqui funciona quase como uma ONG porque a gente acompanha eles o ano todo, recebe cesta básica, vê como eles estão na escola, etc. Como pré-requisito, a gente nem quer muita coisa, mas que saibam fazer alguma coisa. Mas uma coisa importante e que a gente ainda vai fazer - é criar uma quadrilha infanto-juvenil por que é uma faixa que ainda está ociosa. Muitas das crianças que passam por aqui e saem - não todas, claro - acabam se envolvendo com o crack”, constata Reginaldo.
Tesoureiro da Federação das Quadrilhas Juninas do Estado do Ceará (Fequajuce), atualmente presidida por Kiko Sampaio (quadrilha Beija-Flor do Sertão), ele avalia o funcionamento da entidade. “Nós ainda estamos engatinhando, trabalhamos praticamente como um sindicato. Até 2009, tinham cerca de 300 e poucas quadrilhas federadas, mas muitas se desfizeram por falta de incentivo; o Festival de Quadrilhas do Nordeste (exibido pela Rede Globo), no entanto, nos fortaleceu muito! Mas a meta dessa nova gestão é fazer um censo junino que, dividido por zonas, vai mapear quantas existem realmente no nosso Estado”, concluiu.
Ao final da visita, seu Francisco resume feliz o que seja, segundo o filho Reginaldo, aquele “fuxico” de todos os anos. “A senhora tá vendo? Isso aqui é o ano todo... Sempre que as pessoas vêm eu costumo dizer que aqui é a casa do fuá!”.
Aos pouquinhos, de dois em dois ou em turma, os primeiros brincantes vão chegando à casa 115 da Travessa Riachuelo, nas proximidades da avenida Borges de Melo. Primeiro, as crianças; logo em seguida, os adultos, o Arraiá Zé Testinha - que completa 34 anos de existência em 2010 - mal passou o período momino e já está a todo vapor com os preparativos para mais um ano puxado de folia junina.
Numa espécie de sítio, que reúne duas grandes casas da família Rogério, Reginaldo, um dos seis filhos e seu Francisco e dona Maria José, chamada por todos de Vó Mãezinha, é quem comanda a trupe que, a cada ano, se reinventa para contar na pisada forte e na alegria da quadrilha as peripécias de Lampião e seu lendário bando de cangaceiros. “Começou como uma brincadeira, a gente cresceu no meio disso.
Nosso avô, Antônio (já falecido), era rabequeiro e fazia na casa dele essas festas. Mas era de uma maneira diferente do que é hoje, que a gente até costuma chamar de quadrilha improvisada, né?”, explicou Reginaldo, técnico de manutenção que troca o Carnaval para, em junho, encarnar o Zé Testinha.
O Arraiá Zé Testinha é um dos grupos mais antigos em atuação. São 34 anos de atividade ininterrupta. O grupo tem uma característica particular: faz o resgate da cultura do cangaço.
Atualmente um dos grupos de maior popularidade e atuação no Estado do Ceará, o Arraiá Zé Testinha, diferentemente das chamadas “quadrilhas estilizadas”, aposta na tradição para agradar o público. “Quando a gente viu o avanço da modernidade, percebemos que a gente tinha que achar dentro da nossa história uma riqueza cultural para contar. Então encontramos o cangaço. Algumas pessoas até acham que é a mesma coisa pelo fato de sempre existir a roupa de cangaceiro e tal, mas o fato é que a gente evoluiu sem perder as nossas características”.
Para tanto, músicas próprias e do rei Luiz Gonzaga pontuam o repertório do regional, formado por Jonathan Rogério (voz e zabumba), Natanael Welton (triângulo) e Wellington Júnior (sanfona).
Para 2010, o tema da quadrilha, que conta em sua formação com diversos integrantes da própria família, será a passagem de Virgulino Ferreira pelo município cearense de Limoeiro do Norte. “A gente, desde que começou a focar em Lampião, estuda a história do cangaço no sertão, os lugares por onde Lampião passou... Então vimos que ele chegou em Limoeiro, e o que a gente vai mostrar é justamente o lado festeiro disso, não a briga. Vai ser um fuxico só!”, prevê Reginaldo, que já se apresentou com a Testinha em Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Brasília, arrebatando inúmeros troféus.
Algumas das melhores fotos que se tem do bando de Lampião foram tiradas em Limoeiro, na frente de uma farmácia, de frente para a igreja. Lampião seria o quinto da direita para esquerda, sentado.
Mini cangaço
Criada há cinco anos para homenagear a adulta, a quadrilha infantil do Zé Testinha é composta por crianças a partir dos sete anos. Zélia Rogério, irmã, é quem puxa a marcação. “Para esse primeiro ensaio, vieram 24 pares. Mas esse número pode aumentar ou diminuir, depende. Tem menino que sai por conta própria, mãe que tira o filho...”, explica. Para além da parte cultural, o caráter social também conta, e muito, para Reginaldo. “Aqui funciona quase como uma ONG porque a gente acompanha eles o ano todo, recebe cesta básica, vê como eles estão na escola, etc. Como pré-requisito, a gente nem quer muita coisa, mas que saibam fazer alguma coisa. Mas uma coisa importante e que a gente ainda vai fazer - é criar uma quadrilha infanto-juvenil por que é uma faixa que ainda está ociosa. Muitas das crianças que passam por aqui e saem - não todas, claro - acabam se envolvendo com o crack”, constata Reginaldo.
Tesoureiro da Federação das Quadrilhas Juninas do Estado do Ceará (Fequajuce), atualmente presidida por Kiko Sampaio (quadrilha Beija-Flor do Sertão), ele avalia o funcionamento da entidade. “Nós ainda estamos engatinhando, trabalhamos praticamente como um sindicato. Até 2009, tinham cerca de 300 e poucas quadrilhas federadas, mas muitas se desfizeram por falta de incentivo; o Festival de Quadrilhas do Nordeste (exibido pela Rede Globo), no entanto, nos fortaleceu muito! Mas a meta dessa nova gestão é fazer um censo junino que, dividido por zonas, vai mapear quantas existem realmente no nosso Estado”, concluiu.
Ao final da visita, seu Francisco resume feliz o que seja, segundo o filho Reginaldo, aquele “fuxico” de todos os anos. “A senhora tá vendo? Isso aqui é o ano todo... Sempre que as pessoas vêm eu costumo dizer que aqui é a casa do fuá!”.
Fonte: Ibicidade.com com informações do OPOVO Online, por Teresa Monteiro
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