segunda-feira, 25 de julho de 2011

Em Quixadá, cantor Seu Jorge diz que preconceito é visto como questão cultural


O Show em Quixadá foi de apenas 70 minutos, o suficiente para atrair famílias.
Era pra ser apenas um show, mas uma mensagem com teor de desabafo e eminentemente verdadeira ganhou a atenção do público que esteve presente a mais um evento do projeto férias no Ceará, realizado neste domingo, 24, na cidade de Quixadá, no Sertão Central cearense. O músico Jorge Mário da Silva, 41 anos, mais conhecido como Seu Jorge, ator, cantor e compositor de MPB, de samba e soul, não perdeu tempo e falou sobre o ainda existente preconceito racial entre as pessoas. “A questão do preconceito é vista como questão cultural”, ele ainda disse que tudo para o negro torna-se mais difícil.

Seu Jorge teve uma infância dura. Começou a trabalhar com dez anos de idade em uma borracharia, primeira de várias ocupações como contínuo, marceneiro e office-boy. As variadas profissões nunca ofuscaram o seu verdadeiro desejo de se tornar músico. Desde adolescente, frequentava as rodas de samba cariocas acompanhando o pai e os irmãos em bailes funks e Bailes charmes da periferia, e cedo começou a se profissionalizar cantando na noite.
Foi aí que a morte de seu irmão Vitório em uma chacina levou a família à desestruturação, e Seu Jorge acabou virando sem-teto por cerca de três anos. A nova virada se deu quando o clarinetista Paulo Moura o convidou para fazer um teste para um musical de teatro. Foi aprovado e acabou participando de mais de 20 espetáculos com o Teatro da Universidade do Rio de Janeiro, como cantor e ator.
Participou depois da formação da banda Farofa Carioca, que lançou seu primeiro CD em 1998 com uma competente mistura da ritmos negros de várias partes do mundo, como samba, reggae, jongo, funk e rap. A partir daí, Seu Jorge tem sua carreira engrenada e passa a participar de vários projetos, como um disco de tributo a Tim Maia e a participação em estúdio e na turnê da banda brasileira Planet Hemp, em 2000. Seu Jorge é primo do sambista Dudu Nobre. Ganhou o apelido do amigo Marcelo Yuka.
O Show em Quixadá foi só de apenas 70 minutos, o suficiente para atrair familias que poderam ver de perto mais uma atração de renome que veio rechear as férias daqueles que não dispõem de orçamento para curtir as férias nos paraísos turísticos cearense. A Praça José de Barros não estava como na festa do Aviões do Forró, mas lotada de músicas sem a desvalorização da mulher e sem apologia a drogadição.
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