No Beira-Rio, Colorado faz 2 a 1 e se aproxima do G-4. Ceará perde pela primeira vez no Campeonato Brasileiro e vê a vice-liderança ameaçada.
Intransponível, muralha, imbatível. Antes de enfrentar o Internacional, a defesa do Ceará foi coberta por merecidos elogios. Havia sofrido apenas um gol em oito rodadas do Brasileirão, o goleiro Diego não sofria gols há mais de 600 minutos, e a equipe estava invicta na competição. Se tabu existe para ser quebrado, o Colorado tratou de comprovar. Na tarde deste domingo, no Beira-Rio, o time de Celso Roth não foi brilhante, mas fez o que muita gente não conseguiu. Eficientes e aplicados no objetivo de chegar ao G-4, os vermelhos venceram por 2 a 1, gols de Alecsandro e Kleber, e têm 13 pontos, na sexta posição. Michel descontou para o Vozão. Se serve de consolo, a zaga comandada pelo técnico Estevam Soares ainda é a menos vazada da competição, com três gols sofridos. O time, que tentava assumir a liderança, continua com 18 pontos, mas vê a segunda posição ameaçada pelo Fluminense, que vai enfrentar o Santos.
O Inter volta a jogar na próxima quarta-feira, às 19h30m, contra o Atlético-MG, em Sete Lagoas, na Arena do Jacaré. O Ceará entra em campo na quinta, às 21h, contra o Guarani, em Campinas, no estádio Brinco de Ouro da Princesa.
O Ceará é forte candidato ao posto de time mais unido do Brasileirão. Os jogadores entram em campo de mãos dadas, fazem aquela rodinha da corrente positiva no gramado pouco antes de a bola rolar e, sobretudo, marcam o adversário em bloco. Naquele estilo unidos venceremos, todo mundo marca, inclusive os atacantes Washington e Misael, que muitas vezes recuam para dar uma força. No meio, Michel, Careca e João Marcos mordem, apertam, fungam no cangote mesmo. Só Geraldo joga um pouco mais solto. Mas o ferrolho é a defesa, com Oziel, Anderson, Jorge Luís e Ernandes. Sólida e sem vergonha de jogar para o mato.
No esquema 4-2-3-1 de Celso Roth, o Inter ganha agilidade e leveza no meio. Taison, D’Alessandro e Giuliano não guardam posição e se mexem muito. Os laterais Nei e Kleber não apoiam tanto. Talvez por isso a equipe tenha encontrado dificuldades para entrar na defesa do Vozão. Com exceção de uma chance de D’Ale, lançado por Sandro na área aos dez minutos, o Colorado produziu pouco. No lance, o argentino ficou livre, mas foi cercado pelo goleiro Diego na hora do chute.
Faltou espaço, faltou criatividade, mas sobrou paciência ao Inter. Em uma das trocas de posição dos meias, D’Alessandro caiu pela esquerda e acionou Giuliano na entrada da área. Esperto, o garoto tocou na frente para se livrar de dois marcadores e foi derrubado pouco depois da linha, aos 15. O árbitro Alício Pena Júnior marcou pênalti. Na cobrança, Alecsandro fez o quarto gol dele no Brasileiro e derrubou uma invencibilidade de 608 minutos (pouco mais de dez horas) do goleiro Diego, que não sofria gol no campeonato desde de o dia 16 de maio, no empate com o Santos. Aliás, último e único até então.
Se tem facilidade para destruir jogadas, o Ceará constrói quase nada. Apesar da desvantagem, a equipe de Estevam Soares só conseguiu fazer o goleiro Pato Abbondanzieri se mexer aos 22. Careca recebeu passe com liberdade na área vermelha, dominou bonito no peito e disparou. Pato espalmou pela linha de fundo. O Inter também diminiu o ritmo. O lance mais perigoso depois do gol foi uma cabeçada para fora de Sandro, nos acréscimos.
Sem respeito com o Vozão, Colorado se garante
Se até então a defesa do Ceará havia sido vencida apenas em duas cobranças de pênalti, o Inter tratou de derrubar mais esta estatística. No primeiro minuto do segundo tempo, a união que marca o estilo de jogo do Vozão contaminou o Colorado. Jogo coletivo, bonito e veloz. Aberto pela esquerda, Taison viu D’Alessandro disparar para receber na área e passou por entre as pernas de Jorge Luís. O argentino rolou para trás, e Kleber encheu a canhota para fazer o segundo.
O Inter também é um time que sabe marcar com consistência e dá poucos espaços. Na velocidade, sai para o contra-ataque às vezes com quatro ou cindo jogadores. O Colorado quase ampliou, aos 11. Giuliano aproveitou uma sobra de bola na entrada da área, se aproximou do gol e bateu rasteiro, na trave direita de Diego.
O sistema ofensivo dos cearenses continuava limitado. Estevam Soares fez duas mudanças. Machucado, Misael deu lugar a Tony, enquanto Erick Flores substituiu um apagado Geraldo. Quem deu conta do recado mesmo foi Michel. Aos 17, o volante chutou de fora da área, a bola desviou no meio do caminho e atrapalhou Pato: 2 a 1.
O gol recolocava o Ceará no jogo, que finalmente se lançou mais ao ataque. Faltava força e criatividade. Na frente, Washington foi pouco acionado e não teve chances. Com pleno domínio, o Colorado se preveniu na defesa, controlou a posse de bola e viu o tempo passar. O G-4 é logo ali.
Revista Central com informações do site Globo Esportes.
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