O núncio apostólico no Brasil, Dom Lorenzo Baldisser, chegou à tarde de ontem, 6, à cidade de Quixadá, Sertão Central do Ceará. O mesmo teve a oportunidade de ver com os seus próprios olhos uma igreja dividida pelos seus próprios fies. De um lado um grupo que prega a paz e a harmonia entre os membros da Igreja Apostólica Romana, de outro lado, manifestantes exibiram faixas pedindo a saída da maior autoridade do clero de Quixadá, dom Ângelo Pignoli.
Um grupo de aproximadamente 50 manifestantes, todos dos bairros Putiú e Campo Novo, zona periférica da cidade, exibiram faixas e cartazes com as frases: “fora dom Ângelo” e uma até desrespeitosa como “leve dom Ângelo de Quixadá, pois, não queremos aqui”.Francisco Gilson, 30 anos, morador do Putiú, estava segurando uma bandeira com a frase mencionada, ele fez questão de dizer que estava ali por que reconhece as bondades de dom Adélio no município, “dom Adélio é um homem que ajuda os pobres, é por isso que peço que ele seja novamente o nosso bispo”. Quem também exibia uma faixa era o senhor Humberto Xavier da Silva, 68 anos, morador do Campo Novo, ele estava nomovimento por achar que a saída de dom Adélio pode aumentar o desemprego e a fome, “ele sempre ajudou os pobres do meu bairro, dom Adélio foi perseguido por dom Ângelo, ele não merecia tanto sofrimento” o aposentado disse também que dom Adélio foi o anjo que o papa João Paulo colocou em Quixadá. Enquanto um grupo se rebela contra a maior autoridade da diocese da cidade, outro grupo de pessoas aparentemente com poder aquisitivo mais alto, prega a paz e a harmonia dentro da igreja. A aposentada Francisca Domingas da Silva, 82 anos, moradora do bairro São João, disse que atos contra um bispo é um pecado que um cristão católico não poderia cometer, “venho rezando para que nosso senhor Jesus dê sabedoria aos nossos bispos para que eles conduzam a igreja atraindo cada dia mais fies”, a aposentada acredita que mesmo com toda essa desarmonia a igreja não perdeu fies. Maria das Dores, 29 anos, moradora do bairro Centro, vem rezando para que a paz reine dentro das famílias católicas, “tem que acabar com essas ridículas manifestações, isso só gera ódio e desunião, os bisposnão estão em guerra, apenas o há de concreto é uma forma diferente de conduzir o patrimônio da Diocese, e isso é natural” opinou a religiosa. Na mesma linha de raciocino estava à senhora Antonieta Duarte, 52 anos, ela em poucas palavras disse que torce para que tudo isso acabe de vez, “espero que acabe com isso, o que deve ser visto na igreja entre os fies é o amor e o respeito, essa é a manifestação que tem que prevalecer” destacou. O que chamou a atenção foi à ausência dos lideres do movimento “fora dom Ângelo, Fica Dom Adélio”. Tentamos saber quem estava liderando os manifestantes naquele local, fizeram questão de dizer que eram eles mesmos. Tentamos falarcom os autores das últimas manifestações, mas não localizamos. Algumas pessoas que se encontravam as margens da Igreja Catedral ficaram indignadas com as atitudes dos manifestantes, como por exemplo, o senhor João Andrade, 53 anos, morador do bairro Alto São Francisco, “esse povo não sabem nem o que estão fazendo aqui, são laranjas de políticos, sem dúvida receberam alguma coisa para fazer essa baderneira, pergunte a eles qual é o papel de um núncio, não tenho dúvida que não sabem responder” desafiou.
A reportagem da Revista Central esteve presente no evento até aproximadamente 40 minutos desde do inicio da missa e pode constatar neste intervalo de tempo que os dois bispos não se cumprimentaram, ou mesmo sentaram próximo um do outro. O bispo emérito dom Adélio Tomasin chegou 15 minutos mais cedo e foi diretamente para a casa paroquial sem falar com a imprensa, já o bispo dom Ângelo Pignoli chegou junto com o núncio apostólico, eles pousaram para fotos, mas não deram entrevistas. Na hora de entrar na igreja todos os padres fizeram uma fila indiana, o bispo emérito foi na frente, dom Ângelo ficou ao lado do núncio.
Revista Central de Quixadá
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