domingo, 25 de março de 2012

“O povo é o vilão da história”

Por Raimundo Sérgio
Aí eu me pergunto: de que servem a "lei da ficha limpa" e outras medidas ditas moralizantes?
O saudoso jornalista Paulo Francis contou que certa feita o seu colega, também jornalista, Carlos Heitor Cony o convidou para verem juntos alguns CDs e DVDs. No primeiro estava a declaração de guerra à Polônia por Hitler, o povo aplaudindo festivamente. Num outro Mussolini fazia um discurso contra os aliados e o povo delirante. Um outro mostrava Hitler dançando e comemorando o triunfo da Alemanha sobre a França e o povo extasiado de alegria.

Nisso, Paulo Francis perdeu a paciência e exclamou: o povo é o vilão da historia. Eu me lembrei desse fato quando li que o povo tinha recebido com festa o prefeito afastado de Senador Pompeu, Antonio Teixeira, do PT, quando este retornou à cidade depois de passar oito meses preso acusado de desviar dinheiro público, falsificar documentos e fraudar processos licitatórios. Ele havia sido solto por um habeas corpus dado pelo ministro do STF Gilmar Mendes um conhecido protetor... deixa para lá.
Aí eu me pergunto: de que servem a "lei da ficha limpa" e outras medidas ditas moralizantes se o povo que elege os fichas sujas age desse modo quando um deles é pego na "boca da botija"?
É ou não é de se corar de tristeza ou se crer que o jornalista Paulo Francis tem razão e o povo é mesmo o vilão da historia? Francamente depois de se ver um fato com esse, uma volta por cima de um Jader Barbalho ao senado e o riso cínico do Delúbio Soares do caso do mensalão nós não desistimos da democracia porque segundo Churchill ela é a pior forma de governo. Exceto, naturalmente, as outras.

Raimundo Sérgio Carneiro
Engenheiro e Professor


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