Os fenômenos estranhos vivenciados por estudantes de Itatira têm explicações pela Parapsicologia
Itatira. O fenômeno paranormal que está afetando estudantes, na sua maioria meninas, numa faixa etária de 16 anos, na Escola de Ensino Fundamental Eduardo Barbosa, pode ser um caso de histeria coletiva. É nisto que acredita o parapsicólogo e padre, Élio Correia Freitas, que visitou o núcleo educacional na última quarta-feira, para conhecer de perto o comportamento de algumas das meninas. Desde o dia 2 passado, jovens da escola passaram a sentir fenômenos estranhos. Entram em situação de transe, perdem a consciência, sentem calafrios, náuseas, começam a falar coisas diferentes e, após tudo isso, voltam a si sem se lembrarem de nada.
Na explicação do padre e parapsicólogo, esse tipo de manifestação é nada mais do que a expressão do inconsciente da pessoa. É dessa parte do ser humano que vêm as manifestações. "Tudo vem de dentro para fora. É uma questão da estrutura psicológica da vítima", explica Élio Correia, após conversar com as jovens numa sala reservada da escola.
O que está ocorrendo com as alunas da Escola de Ensino Fundamental Eduardo Barbosa, conforme ele, é uma força provocada pelo próprio organismo. De acordo com o parapsicólogo, "é um estágio de transe, em nenhum caso tem demônio, tudo é uma questão provocada pelo inconsciente da cabeça dessas jovens. O fenômeno é conhecido como histeria coletiva, mas na linguagem moderna significa contágio psíquico, que é justamente uma pessoa que sente este fenômeno e a outra pessoa capta pelo inconsciente e, de repente, sente os mesmos sintomas. A sensibilidade fica tão alta que as vítimas começam a se manifestar caindo no chão. É tudo isso que está ocorrendo com as meninas de Itatira. São contagiadas umas pelas outras, sem querer, tudo em um nível de inconsciência", explica o parapsicólogo.
Quanto ao fato da paranormalidade atingir muitas adolescentes, Élio Correia diz que as jovens passam por um sofrimento mental, o que não é loucura, mas uma angústia muito forte no peito, no coração, afetando o sistema nervoso. "Alguém está provocando tudo isso. O contágio pode ocorrer dentro de um espaço de 50 metros, geralmente fechado".
Élio Correia frisou ainda que "as estudantes sofrem também de Psicorragia, que está no inconsciente, no sofrimento, angústias, dores, sufocamento no peito, que ficam gravados e, quando passam para o consciente, afloram, se manifestando por meio desses ataques, de olhos revirados, falas estranhas, o que é comum acontecer, mas não é natural e nem tão pouco normal".
Ele diz que o que precisa ser feito a partir de agora é um acompanhamento permanente das jovens, por meio de um atendimento psicológico ou psiquiátrico. "Tratá-las bem é o primeiro passo. Elas precisam desabafar, falar sobre o que está criando esse tipo de comportamento. Vamos respeitar as religiões, mas, nesse momento, a questão não é religiosa, é médica. Elas terão que ser tratadas por médicos e psicólogos", ressalta.
De acordo com ele, a religiosidade ajuda muito, porém, na sua avaliação, este caso não se trata de uma questão religiosa e nem espiritual. "É uma questão psicológica. O tratamento da histeria coletiva depende de cada caso. Têm casos que passam seis meses até um ano. Com as meninas de Itatira, é continuar conversando. Se a vítima for religiosa, conversar com o padre, se for evangélica, falar com um pastor".
Para ele, garotas na adolescência são mais sensíveis, principalmente pela questão hormonal. "Os hormônios estão à flor da pele e gera êxtase. É mais fácil acreditar no que você vê do que na explicação científica. Falo com toda segurança: o medo adoece, o medo diminui o sistema imunológico. A questão das meninas de Itatira, como ficou conhecida, não é orgânica, e sim mental", finalizou.
Novas manifestações
Um fato intrigante nas meninas de Itatira é que, mesmo depois de todas as explicações do padre e parapsicólogo, outras jovens começaram a entrar em transe. Foi o caso de Ana Célia Araújo, de 19 anos, que foi acometida do fenômeno pela primeira vez. Andréia Alves Marcolino, 16 anos, e Graziela Alves da Silva, que completou 14 anos na última quarta-feira, voltaram a sentir as mesmas manifestações inconscientes.
O secretário de Educação, Antônio Inácio, e a diretora da Escola Nazaré Guerra, Eliane Dias, que tem um anexo funcionando na Escola Eduardo Barbosa, suspenderam as aulas até segunda-feira. Desde quinta-feira as meninas estão recebendo atendimento psicológico por meio da Secretaria de Ação Social. O prefeito Zé Dival e o seu vice, Paulo Ruberto, visitaram a escola, mas não quiseram comentar sobre o assunto.
"Vamos buscar apoio junto ao Governo do Estado para que nos auxilie no tratamento dessas jovens, porque não queremos que esses fatos continuem acontecendo", frisa Eliane Dias.
O padre da Paróquia de Nossa Senhora do Carmo, em Lagoa do Mato, Abraão Correia, vai ser o elo de conversas com as meninas atingidas pelo fenômeno.
PSICOLOGIA
"Não se trata de uma questão religiosa e nem espiritual. O fenômeno nessas jovens é psicológico"
Élio Correira Freitas
Padre e parapsicólogo
"Vamos buscar apoio junto ao Governo do Estado para que nos auxilie no tratamento das jovens"
Eliane Dias
Diretora da Escola Nazaré Guerra MUnicípio de Itatira
MAIS INFORMAÇÕES
prefeitura Municipal de Itatira/ Secretaria de Educação
(88) 3436.1011
(88) 3436.1039
Diário do Nordeste
Antônio Carlos Alves
Colaborador
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