Por: Getulio Freitas
Quase todos sabem quais são os benefícios para a vida de uma população quando se tem um conjunto de políticas públicas voltadas ao coletivo e políticos que realmente se interessam pela coletividade e não por um restrito e seleto grupo de privilegiados políticos. Dentro dessa reflexão, não há como discorrer sobre algumas chagas políticas atuais, sem antes fazermos algumas pontuações históricas e links de como a política se estabeleceu aqui no Brasil e veio a ser o que é hoje. Coronelismo, voto de cabresto, troca de favores e dentre outros. Trocas e praticas que ainda vigoram em nosso momento político-histórico.
Mas analisem que interessante como essa prática se desenrola hoje e se mistura nas deficiências políticas locais, envolvendo um grupo de pessoas, normalmente de uma localidade ou distrito de um município, que transformam um cargo político praticamente em cargo vitalício de tantas vezes que elegem determinados políticos. E como isso se dá? Muito fácil! A fórmula para ser um político vitalício é ocupar o papel do poder publico sendo excepcionalmente assistencialista.
Interessante até ressaltar que as deficiências que o poder público têm, este “seleto e elevado” político suprem todas. Falta-se um medicamento na rede publica quem tem? O bondoso político. Precisa de um especialista na capital? Mais uma vez o homem de alma límpida e desprendida tem que ter, ou perde sua reeleição no próximo pleito. Estou em uma festa, preciso de dinheiro, não tenho por que não há trabalho local, quem vai me dar? Olha ali o político bondoso passando sorridente e desprendido de intenções.
Deixando um pouco o cômico de lado, vamos à análise real dos fatos. Estão arraigadas em nosso sistema político, certas práticas que fazem com que o poder público se desestabilize e o poder máximo do Chefe do Executivo se divida em tantos pedaços quanto às unidades territoriais municipais nas mãos dos assistencialistas.
A unidade administrativa neste caso fica divida em “sub-unidades administrativas”, fazendo com que em cada “sub unidade” seja executada uma política administrativa diferente, permeada de interesses político-pessoais, cometendo as maiores injustiças com os que não são da “base podre aliada” e privilegiando por tempo compatível ao cargo eletivo os seus. Sendo que este jogo pode alternar-se conforme resultado de cada pleito. Em suma as mazelas são sempre as mesmas. Troca-se os jogadores mas as regras do jogo continuam as mesmas.
Poderíamos dizer aqui que a culpa é da população. Em parte. Poderíamos dizer também que é dos políticos. Não deixa de ser verdade! No entanto esta discussão é semelhante a quem nasceu primeiro; o ovo ou a galinha. Se existe a carência, e dentro dessa carência pode-se conseguir beneficio político (voto), qual político hoje não entraria ou não entrou nessa circulo vicioso? Ainda acredito em exceções, mas elas estão escassas.
Quantos crimes contra a humanidade são cometidos nesse processo! Tomei ciência de um caso aonde o político durante sua campanha eleitoral chegou a uma casa de família composta por numerosos membros, estavam todos sentados no chão com fome, o horário já era avançado. O político diante da situação proveu uma refeição para todos da casa e nem precisou pedir votos, pois os mesmos já ficaram garantidos devido tal ato.
Não se pode ser ético, justo e racional com fome. Não se pensa em política e em voto justo de barriga vazia, com o filho passando fome a esposa doente e sem trabalho. O desespero tira a razão de muitos que entram neste circulo que nunca tem um fim. Ainda acredito que surgirá um dia um político que realmente seja humano e que seja vocacionado a política, pois como diria Rubem Alves, “O verdadeiro político é aquele que sonha os sonhos do povo...
Colunista: Getulio Freitas
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