Surtos de doenças que se repetem, filas intermináveis em hospitais. Os constituintes de 1988 escreveram na Constituição que saúde é um direito de todos e um dever do Estado. O Estado não está cumprindo seus deveres. Vemos isso em toda parte.
Há pouco, o secretário de saúde da capital do país me disse que está recomendando aos que fazem turismo na Bahia e em regiões mais afetadas pela meningite que se vacinem antes em postos de saúde do Distrito Federal.
Parafraseando Chico Buarque: todo ano se faz tudo sempre igual. Isso vale para desabamentos em encostas ou surtos de doenças. Assim na Bahia como no Brasil. Meningite, gripe, dengue.
Na Bahia, no ano passado, as mortes por AIDS ainda superaram as mortes por dengue e pela nova gripe. Mas houve 140 mortes por meningite. Números que podem trair porque são imprecisos e há divergências mostrando que nas estatísticas somos tão imperfeitos como no combate a doenças anuais.
Na Bahia, no ano passado teriam sido 75 mil casos de dengue ou mais de 100 mil casos de dengue? Neste ano, na Bahia, a dengue foi bem reduzida. A meningite não. Está chegando mais cedo.
As duas doenças não podem ser comparadas apenas pelo número de mortes que causam. A meningite pode deixar rastros permanentes pelo corpo: surdez, cegueira, problemas de locomoção, retardo mental.
Dengue e meningite são doenças que encontram bom ambiente em aglomerações populacionais e más condições sanitárias. Parece o Brasil. Causam mais estragos quando encontram subnutrição. Ou seja, são doenças do atraso.
do G1
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