Por Getúlio Freitas
Tive imensa curiosidade de saber qual o significado da palavra prefeito(a). Por exemplo: o prefeito de uma Congregação é o cardeal que a ela preside; prefeito de uma cidade é o que preside a essa cidade ou município. Equivale, em Portugal, ao presidente da câmara. Em certos colégios, há professores que desempenham a função de prefeito de um agrupamento de alunos – prefeitura.
Vendo a etimologia da palavra prefeito me expanto com a incompatibilidade atual e me alegro com o sentido. Do latim( praefectu- do particípio do verbo praeficere, praefectus-a-um). Simples adjectivo ou adjectivo substantivado, significa: preposto a; posto à testa de; que preside a.
Qualquer pessoa que queira discorrer sobre a chaga política brasileira certamente mencionará palavras como coronelismo, voto de cabresto, mandonismo, apadrinhamentos e outras praticas peculiares à politica praticada neste sítio politico. Mas estes temas já é por demais descutido e quero rebater tocando no seguinte ponto: já passou pela sua cabeça que politica é vocação?
O livro sagrado do Taoísmo, o Tao te Ching, diz que estamos constantemente divididos: de um lado, a tentação de dez mil coisas que demandam ação. Todas não essenciais. Do outro lado está uma única coisa: o essencial, raiz das dez mil perturbações. Sabedoria é deixar o sufoco das dez mil coisas não essenciais e focalizar os olhos na única coisa que é essencial. Pergunto-me então se nossos prefeitos enquanto chefes do Poder Executivo deste Brasil, estão enrolados pelas dez mil coisas não essenciais que demandam ação ou já conseguiram focar os olhos no coração do bicho de onde nascem as dez mil coisas?
Digamos que atualmente, corrijam ou complementem minha análise, as dez mil coisas nao essenciais é a administração do município desfacelado em suas secretarias tomadas muitas vezes por coroneis abutres, cabos eleitorais bem sucedidos, suplentes de vereadores de situação e etc. Já o foco do problema aqui seria exatamente esta prática política que esta arraigada nas mentes de todos os munícipes deste “torrão querido”.
O processo eleitoral atualmente nestas longínquas terras é simples de se entender. Tenha certeza de que o ganhador do pleito e do grande empreendimento chamando prefeitura, sede do poder executivo municipal, foi aquele que conseguiu prometer mais do que conseguirá cumprir, que fez o maior número de acordos que nao conseguirá fechar, que comprou o maior numero de votos, que assistiu o maior numero de analfabetos políticos ou escravos da necessidade humana ligada ao assistencialismo vicioso, que conseguiu unir o maior grupo político. Pronto. Perceberam como aqui ele próprio ja construiu durante a campanha a raiz das dez mil perturbações acima citada?
Percebemos então que o prefeito que tem etimologicamente a função de : preposto a - terá que se prepor a dar o salário gordo à aquele que mais o auxiliou “babou”. Vale ressaltar que o verbo babar conjuga-se literalmente, dentro das prefeituras de hoje em todas as pessoas; é Posto à testa de eleitores que vêm cobrar o pagamento de seu voto por emprego. Do comerciante/correligionário que quer que seu automóvel ou seu móvel seja locado pela prefeitura por valores acima do senso comum. Do senhor mais influente da comunidade que quer uma função de coordenação e dentre outras; que preside a, ou que deveria presedir maestralmente a sede da execução das politicas publicas para a bem da população, chega a presidir um “caldeirão” de intenções pessoais disvirtuando o verdadeiro sentido da palavra política. Ocasionando que o professor graduado e especialista ganha menos que o “babão” que não tem muitas vezes nem o Ensino Médio. Desculpe! isso é atual. O segundo grau. Atualmente quem tem o antigo colegial, chega a exercer funções que exigiriam elevados niveis de conhecimento, pois estão ligados geralmente a assessorias ou cargos de aconselhamentos. É sabido que a sabedoria não está no elevado nivel acadêmico, visto que ninguém é “Jesus” para receber o conhecimento diretamente de Deus Pai, como cita as sagradas escrituras.
Assistindo a um filme ouvi a seguinte afirmação: “quando pedimos coragem, Deus não nós dá coragem, e sim a oportunidade da coragem se manifestar...” Senhoras Prefeitas e Senhores Prefeitos, todos os dias bate à porta de suas prefeituras a oportunidade de serem justos e corretos no trato da coisa pública. E todo dia você tem a oportunidade de romper com as amarras maléficas que firmou durante a campanha e ser eleito efetivamente pela força do povo e não pela força que é tomada e comprada do povo. Afirmo seguramente que, agindo com justiça, perderás quase todos os que o acompanham, mas ganhará o apoio de todo o seu povo.
Getulio Freitas
Colunista
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