Uma portaria decretada pela direção da Faculdade Católica Rainha do Sertão tem causado desconfortos a inúmeros universitários, em especial aos estudantes do curso de direito. A portaria proíbe a entrada dos estudantes de sandálias modelo “Havaianas”, roupas rasgadas, bermudas, roupas sujas, para a ala feminino fica restrito o uso de mini ou microssaias, assim também como blusas com decotes e vestidos curtos ou transparentes. Essas regras foram imediatamente contestadas pelos estudantes que afirmam que a mesma fere o direito de ir e vim.
Nos cartazes afixados nas dependências da instituição alega que uma pessoa bem vestida impõe respeito e é bem tratada e atendida, além de receber atenção preferencial, sugere aos estudantes do sexo masculino o uso de calça jeans e camisetas discretas, para as mulheres recomenda calças bacanas, sem deixar aparecer detalhes do corpo. Essas argumentações não foram suficientes para convencer os universitários que em resposta articulam uma manifestação.
Baseado no direito de ir e vir os universitários articulam para a noite desta quarta-feira(28/10) uma manifestação saído do estacionamento da faculdade até a portaria, grito de guerra já estão sendo ensaiados pelos manifestantes.
Os acadêmicos afirmam que a portaria é um meio de censura, um dos lideres da manifestação é a universitária do 5º semestre do curso de direito, Kristiane Martins, 19 anos, “A portaria censura-nos, como alunos, em nossa forma de vestir, que é algo que vai da subjetividade de cada um. Prejudica, portanto, não apenas nossos direitos, mas até nosso psicológico é afetado. Isso seria de algum modo, manifestação de justiça? a acadêmica vai além e diz “um segundo princípio ferido, cumulativamente ao da vedação da censura, seria a garantia dada pela Constituição ao direito de ir e vir de qualquer local, fundamenta-se também no art. 5º, inciso XV da CF/88, ipsis litteris”.
Os alunos distribuíram uma nota nas dependências da faculdade e enviada à redação do site Revista Central.
Confira alguns trechos da nota
“Não estamos mais sob a égide da ditadura de 64, ao contrário, vivemos no Século XXI, onde não apenas o exterior das pessoas é o que conta, mas a competência com o qual exercem suas atividades. O preconceito, a discriminação, e tudo aquilo que representa formas de exclusão estão, pouco a pouco, caindo por terra. Teremos nós que retroagir diante da modernidade e da evolução, caminhando passos para trás visando apenas “manter boas aparências’?
Quando queremos ser reconhecido, não devemos buscar passar imagens de bons meninos e meninas. Devemos melhorar nosso conhecimento, esforçarmo-nos mais para capacitar melhor professores, ampliar ainda mais nossa biblioteca, apoiar projetos que desenvolvam as habilidades dos alunos. Afinal de contas a universidade não é palco para desfile de moda e sim o palco onde deve ser exposto o conhecimento.
Baseando-nos também na Bíblia Sagrada, fundamento maior da fé cristã, temos que em I Samuel 16:7 Deus fala ao Sacerdote Samuel, quando este foi ungir a Davi como Rei de Israel:
“Mas o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque eu o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.”
Ora, pois, atentando também para princípios da religiosidade cristã, observa-se que o próprio Deus não incomoda-se com a aparência, e sim com a essência.
Deixemos de imposições fúteis e medidas paliativas para problemas que são maiores que uma simples peça de roupa e observemos o que de fato precisa ser mudado, trabalhado e melhorado para que possamos, de fato, progredir cada dia mais, que é o que unanimemente querem alunos, professores e coordenadores.
O site Revista Central sempre busca ouvir todas as partes envolvidas, porém o silêncio é respeitado.
Fonte: Revista Central de Quxadá
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