quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Faculdade Católica não recebe mais investimentos estrangeiros, afirma diretor

Encontro de acadêmicos do curso do Direito com diretor geral da instituição deixaram muitos estudantes preocupados com o futuro da faculdade.

Os estudantes do curso de Direito da Faculdade Católica Rainha do Sertão, realizaram uma Assembléia Geral para avaliar a instabilidade que o curso vem enfrentando ao longo dos últimos semestres. Por algumas vezes a grade curricular foi alterada sem um comunicado prévio aos acadêmicos, causando assim prejuízos financeiros e gerando descontentamento dos discentes. O encontro foi realizado pelo Centro Acadêmico Professor Arnaldo Vasconcelos.
Nas palavras da presidente do Centro Acadêmico, Kristiane Martins, os estudantes não estão satisfeitos com as decisões adotadas pela direção da instituição e as classificou como arbitrarias e prejudiciais ao bom andamento do curso.
A reunião contou com a presença do Diretor Geral da Faculdade Católica Rainha do Sertão, Manoel Messias de Sousa, o mesmo fez criticas a gestão passada e disse que a faculdade caminhava para fechar as portas. Segundo Messias, atualmente 75% da receita líquida da instituição é destinada a pagamento da folha dos empregados, porém, na sua avaliação o normal seria 50%. Disse ainda que as mudanças nas grades curriculares de alguns cursos foram baseadas em critérios técnicos e conforme instruções de resoluções do Ministério da Educação.
Muitos bacharelandos ficaram sem respostas convincentes, por exemplo, o aumento do valor do crédito que antes era de R$ 40,00 reais, passou para R$ 45,00, havendo ainda uma drástica redução em algumas disciplinas que antes eram de quatro créditos passando somente para três. Sobre a redução dos créditos, o diretor garantiu que foi uma decisão baseada em uma resolução do MEC, argumentou ainda que foram realizados estudos onde constaram que muitos estudantes saiam antes do término de aula para se deslocarem para outra cidade. Revoltados mesmo estavam determinados estudantes do quarto semestre que foram prejudicados com a nova grade, a acadêmica Iana Miriam, saiu da reunião sem nenhuma resposta concreta, “pensava que iriam rever essa grade, mas pedir foi tempo”, segundo a aluna, dois dias por semana não tem aula, o motivo foi a falta da disciplina na terça e quinta-feira, mas a coordenação resolveu colocar essas disciplinas a tarde, ela não pode fazer por trabalhar.
A coordenadora do curso de Direito, Dra. Maria Lírida Calou de Araújo Mendonça, pediu um voto de confiança aos estudantes, a mesma disse que nunca havia assumido a coordenação, “eu era coordenadora, porém, não tinha autonomia para decidir nada”, garantiu ainda que com o poder nas mãos vai trabalhar para mudar a realidade do curso de Direito, que para um aluno que se manifestou, disse que a faculdade nunca deu atenção devida.
O diretor falou sobre a crise que a instituição tem enfrentando, para ele, já foi superada, fez questão de deixar público que a sua gestão não tem atrasado salários de empregados. Messias divulgou uma pesquisa realizada por uma empresa contratada pela faculdade para avaliar a realidade socioeconômica da população da região do Sertão Central, nos dados, foi constatado que a realidade das pessoas da região está bem abaixo da realidade das mensalidades da Faculdade Católica.
Se a crise gerada na instituição para gerir o poder já foi superada, a situação nos reconhecimentos de alguns cursos pode demorar  meses ou anos, por exemplo, o curso de Direito já teve turma formada desde do ano de 2009, porém, até o momento o curso não recebeu reconhecimento do Governo Federal. O projeto do curso de medicina não teve sucesso e foi rejeitado pelo Ministério da Educação.
Em entrevista a reportagem da Revista Central (áudio a comprovar), o diretor Manoel Messias de Sousa, afirmou que a Faculdade Católica Rainha do Sertão não recebe mais recursos oriundos de empresários italianos. “A faculdade recebia recursos estrangeiros, mas hoje estamos vivendo com os recursos da própria faculdade”, ao ser perguntado dos recursos oriundos das mensalidades dariam para sustentar a faculdade, o diretor respondeu apenas: “Se Deus quiser terá condições”. Ao ser questionado sobre os vestibulares que não têm atraído grande adesão de novos estudantes, o diretor respondeu, “foi uma surpresa o curso como engenharia não atraír um bom número de estudantes, sobre o curso de Psicologia também não fechou turma esse semestre”. Sobre o afastamento de novos acadêmicos, o diretor garantiu que chegou o limite na região.
A reportagem da Revista Central abordou ao diretor que constantemente a faculdade estava em construção, porém, não é mais observada, “temos 17 cursos e as construções concluídas para funcionar a pleno vapor”, informou que não há expectativa de novas construções e de novos cursos.
Na avaliação da maioria dos estudantes do curso de Direito, o encontro foi positivo, um dos motivos seriam a disponibilidade do gabinete do diretor aos estudantes sempre que necessitarem. Porém, a grade curricular e as perdas já sofridas pelos estudantes não serão alteradas.
Revista Central de Quixadá

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