Na era do cartão o comerciante ficou na mão”, tema do manifesto
Um movimento que não é muito comum acontecer nas cidades brasileiras, mas em Ibaretama uma manifestação chamou a atenção dos próprios moradores da cidade, isso porque, cerca de 70 comerciantes fecharam as portas dos seus estabelecimentos em protesto pela falta de circulação de dinheiro no município. Uma reunião com os poderes públicos foi realizada na Câmara de Vereadores para buscar solução do problema.
O gerente do Banco Comunitário Serra Azul, Karpegeanne Vieira, é um dos lideres do protesto, explica que a prefeitura municipal realizava o pagamento dos servidores por meio de cheques e estes faziam as compras no comercio local, após a substituição pelo cartão magnético, os correspondentes bancários não disponibilizam valores suficientes para efetuar os pagamentos de todos os clientes, logo migraram para Quixadá, agora aproveitam e fazem as suas compras.
Sem a circulação da moeda nacional, o desemprego foi inevitável, como explica o comerciante da única loja de eletrodoméstico, Francisco Eudásio de Oliveira, afirma que a diminuição dos lucros nos últimos doze meses foi de 50%, “tive que demitir três funcionários e se as coisas não melhorar vou transferir meu comercio para outra cidade”, garante.
A microempresária no ramo de farmácia, Aldeniza de Sousa Melo, não se conforma de ver o seu comércio com as perdas atuais, ela foi uma das responsáveis pela organização do movimento, “antes o meu faturamento era de quase R$ 10 mil reais e hoje não chega a R$ 4 mil”, solicita que o prefeito reveja a situação e volte a fazer os pagamento dos servidores por meio de cheques ou a instalação de uma agência Caixa Econômica Federal na cidade, para evitar as demissões. Segundo o gerente da agência de Quixadá, Moacir Tomaz, explica que um dos motivos é a falta de segurança no município e a principalmente a circulação de dinheiro que não é suficiente para manter uma agência na cidade.
Na opinião do vice-presidente da Câmara Municipal de Vereadores, José Maria Cunha (Bebé), um dos motivos pela opção de comprar em Quixadá, são os preços das mercadorias que são mais elevados em Ibaretama, já em Quixadá, alem dos menores preços as facilidades são maiores, “em Quixadá agente pode comprar no cartão com 30,60 e até 90 dias, aqui tem quer ser dinheiro vivo”, argumentar o parlamentar.
O chefe de gabinete, Humberto Maia Júnior, foi representar o prefeito municipal Edson Morais, na reunião dos comerciantes, explicou que o motivo da substituição foi porque aconteceu uma licitação e a Caixa Econômica venceu e teve que mudar a forma de pagamento. Segundo Júnior, a folha da prefeitura chega a mais de R$ 600 mil reais.
Os gerentes das agências bancárias de Quixadá foram todos convidados para participar da reunião, porém, nenhum compareceu, segundo os lideres do ato.
Reportagem e fotos Jackson Perigoso
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