segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Papo Reto: Professores, heróis da Educação

Por João Vieira Picanço

Noticias há que nos abalam as colunas d’alma e lacrimejam os olhos: ouvir um gestor público (prefeito) dizer que os professores são MARAJÁS.  Marajás são pessoas que normalmente possuem um ALTÌSSIMO padrão de vida, ganham salários astronômicos normalmente pagos por “IDIOTAS”, tipo eu e você, que na maioria das vezes assiste a vergonhosa gastança de dinheiro público.


Será que um professor que ganha em media R$3.000,00 (três mil reais) por mês pode ser considerado marajá!

Marajás são esses que folgam e mamam nas tetas das prefeituras, trabalhando muito, muito pouco mesmo e possuem inúmeros benefícios desconhecidos pela população comum.

Falando do gestor público de Ibaretama, o que ele deveria fazer era acabar com vários cargos comissionados com salários variando entre R$2.500,00 a  R$3.000,00 (três mil reais), que só servem para parentes e acomodar aliados; acabar com o empreguismo desenfreado, prática enraizada na cultura de Ibaretama.

É preciso uma mudança cultural de consciência, pois isso reduz vagas no setor público para profissionais com formação. E não, querer acabar com a ampliação dos professores. O melhor seria fazer um concurso publico dando oportunidade a todos

Muitos prefeitos de cidades do interior, não gostam de professores por serem eles formadores de opinião; são eles o alicerce do progresso e do desenvolvimento de nosso país. Os professores sofrem pressões constantemente dos gestores públicos por serem pessoas esclarecidas, preparadas e que passam para seus alunos a cruel realidade dos fatos de desmando e de corrupção muitas vezes de total desconhecimento da população do seu município.

Enquanto o gestor público (prefeito) possui altíssimo salário, gasolina, carro oficial, motorista, cargos para os familiares, e mais algumas coisas do desconhecimento do povo, por “debaixo dos panos”, os professores estudam com determinação, “queimam pestanas” para almejarem uma aprovação em concurso e, muitas vezes são aprovados e não são chamados para assumirem. Os gestores públicos preferem fazer contratações irregulares para o cargo de professor, preenchendo com apadrinhados políticos, colocando pessoas despreparadas e desqualificadas para atender seus correligionários.

Se não bastasse tudo isso e um salário de fome, os professores sofrem todo tipo de covardia e humilhação por parte dos gestores públicos. Há casos de professores ganhando menos de 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais), menos do que ganha um segurado recluso (preso), o conhecido auxilio reclusão. Também há casos  de professores merendarem as sobras dos alunos, mesmo assim sem nenhuma inspetora ou babona os ver merendando. Os gestores não se conformam e não querem cumprir a determinação do Ministério da Educação em relação ao piso salarial da categoria. Eles, professores, lutam e exigem seus direitos; lutam para que sejam tratados com dignidade e que a lei seja cumprida. Os professores não estão pedindo nenhum favor aos gestores públicos.

Os professores acordam às seis da manha, se arrumam correndo e nem sempre têm tempo pra tomar café da manhã, enfrentando estradas carroçáveis esburacadas para chegarem aos seus destinos. Ao chegarem às escolas, enfrentam uma jornada de trabalho com crianças e jovens conversando, gritando, desobedecendo, indisciplinados, reclamações de pais, frustações, etc.

Normalmente o que se vê são professores que não têm o poder de controlar uma sala de aula, e não podem punir e nem orientar casos graves de desvios de conduta de alunos. Professores que reprovam alunos e depois são culpados, e tem que fazer reciclagem como forma de puni-lo. Tudo isso e outros fatos, estão no dia-a-dia corroendo as mentes desses profissionais heróis da educação.

Nessa luta constante, ainda vemos que os professores convivem com o pouco reconhecimento de seu valor profissional, recebendo baixos salários, muitas vezes necessitam ter dois ou três empregos para conseguir manter-se financeiramente.

Com uma carga de trabalho muito puxada, ao chegar em casa têm ainda que lidar com a família, filhos, e as obrigações referentes aos mesmos. Será que sobra tempo ou dinheiro para a diversão?  

Com base em dados de afastamentos de educadores das suas funções, a depressão é responsável por 12% dos casos. A falta de estrutura, baixos salários e atraso nos vencimentos acabam causando doenças.

Muito disso se vê em escolas públicas. Não é novidade nenhuma o alto grau de afastamento de professores do ensino fundamental e médio no Brasil. A grande maioria realmente se deve ao fator psíquico. Muitos prefeitos não conhecem o ambiente de trabalho, e nem a problemática de ser professor, e chamam esses casos de “sem-vergonhice” dos professores.

O prefeito de Belo Horizonte cidade com 2.375.151 (dois milhões trezentos e setenta e cinco mil) habitantes, recebe de salário 20.000,00 (vinte mil reais).

Ibaretama, cidade com 13 mil habitantes, o prefeito ganha 12.000,00 + motorista + carro + gasolina + diárias + cargos para os familiares, +...

Aí, os professores é que são marajás?

Deixo aqui meu desabafo como forma de alerta para que não repitamos o erro de votar nesses inimigos da democracia disfarçados de pai dos pobres.

Pense! Reflita!

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1 Comentários:

Vinícius disse...

Coitados dos professores. Só faltava essa!