quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Greve geral: Bancários cruzam os braços em Quixadá


Por Jackson Perigoso
Os bancários reivindicam reajuste de 12,8% (5% de aumento real).
Em busca de melhorias para a classe e para os clientes, os bancários das agências de Quixadá, estão aderindo a mais uma greve nacional. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), a greve nacional dos bancários se fortaleceu nesta quarta-feira (28), seu segundo dia, e aumentou para 6.248 o número de agências e centros administrativos de bancos públicos e privados fechados em 25 estados e no Distrito Federal. São 2.057 unidades fechadas a mais do que no primeiro dia de greve, quando foram paralisadas 4.191 unidades, de acordo com o balanço feito pela Contraf-CUT, a partir dos dados enviados pelos sindicatos até as 18h. Único estado ainda fora da mobilização, os bancários de Roraima aprovaram a deflagração de greve em assembleia realiza na noite desta terça e deverão se juntar ao movimento a partir do dia 3.

Na região do Sertão Central cearense, o portal Revista Central obteve informações que todas as agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil estão fechadas para os atendimentos de maior complexidade. De acordo com o líder do movimento na cidade de Quixadá, Emilio Felisberto, a única agência que não tinha aderido era do banco do Nordeste, mas que após um conversa os bancários resolveram também cruzarem os braços.
O bancário Marxismo Neto, da agência do banco do Brasil de Quixadá, disse que está complicado trabalhar em um ambiente onde há carga de horário além do normal, demanda superior ao permitido, clientes que vai além do permitido, estima-se que mais de 20 mil clientes têm conta corrente em uma única agência. Para se ter uma ideia do caos, conta no BB só podem ser aberta em caso de muita necessidade. “É impossível atender todo mundo com qualidade, e muitos clientes pensam que é falta de vontade dos atendentes, pouco sabem que agente trabalha além do normal”, destacou o grevista.
Para o líder sindical, Emilio Felisberto, todos os dias a situação na agência do Caixa Econômica vai além do anormal, o que compromete o sistema do atendimento rápido, eficaz e de qualidade. Reclama das péssimas condições de trabalho e pede reforço para atender o grande contingente de clientes. “Nos últimos anos a Caixa Econômica aumentou drasticamente o número de clientes, principalmente em virtude dos programas sociais, mas poucos empregados foram contratados”, destacou.
O presidente da Associação dos Mercadinhos de Quixadá, rede AMEQ, Laercio Oliveira, procurou a agência para fazer procedimentos bancários, mas não obteve sucesso, “assim fica difícil, perde todo mundo, o simples fato da greve já afasta consumidores”, disse preocupado.
Os bancários entraram em greve por tempo indeterminado após a quinta rodada de negociações com a Fenaban, ocorrida na última sexta-feira, dia 23, em São Paulo, quando foi recusada pelos trabalhadores a proposta de reajuste de 8% sobre os salários. Os bancários reivindicam reajuste de 12,8% (5% de aumento real), valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, fim da rotatividade, melhoria do atendimento aos clientes, fim das metas abusivas e do assédio moral, mais segurança e igualdade de oportunidades.

"Nossas reivindicações são justas e as empresas têm todas as condições de atendê-las, como mostram os altíssimo valores da remuneração dos diretores e conselheiros de administração dos bancos", destaca Cordeiro. Segundo pesquisa do Dieese baseada nos balanços dos bancos, o conjunto dos altos executivos do Itaú recebeu R$ 683 milhões em 2010, enquanto os do Bradesco receberam R$ 298 milhões e os do Santander ficaram com R$ 207 milhões no ano.

"O Brasil é um dos países com maior diferença entre os salários. Aqui, um executivo de banco chega a ganhar 400 vezes a renda do piso de um bancário. É preciso modificar essa situação, que contribui para que mantenhamos uma vergonhosa posição entre as dez nações mais desiguais do mundo", sustenta o presidente da Contraf-CUT.


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