Por João Vieira Picanço
Há um ditado antigo que diz: não eleve o sapateiro
acima da sandália. Já o grande colunista social desse país Ibrahim Sued dizia:
se pegarmos um caipira, o levarmos a Londres e o vestirmos de príncipe de Gales
ele jamais será o príncipe de Gales. Será sempre um caipira vestido de príncipe
de Gales. O povo desse país pegou um corrupto, um desonesto, um cínico larápio
e o colocou no cargo de presidente da república. Que maravilha. Que beleza.
Afinal esse país tem dimensões continentais, riquezas mil e um povo APÁTICO,
INERTE INDOLENTE, VASSALO, SERVIDOR VOLUNTÁRIO.
Como diz Fernando Pessoa no poema SOLENEMENTE:
"Solenemente, CARNEIRISSIMAMENTE..." Povo calado e o corrupto vestido
de presidente brincando com o poder. Compra comparsas pra se livrar de
inquéritos e denúncias. Libera verbas
para os cumplices. E quem paga a conta? Infelizmente o povo
CARNEIRISSIMAMENTE. Kalil Gibran tem um poema que diz: " ...vós tendes o
vosso Líbano e eu tenho o meu..." Essa gangue que assola o país tem o país
da propina, da roubalheira, da impunidade, dos conchavos e do cinismo. Já eu tenho o meu
país. O país do analfabetismo, da falta de merenda escolar, de educação de
qualidade, de transporte público eficiente, de saúde resolutiva, de empregos,
de oportunidades.
Rogamos todos os dias para a insensibilidade desses
políticos, mas não nos dão ouvidos. Roberto Carlos há 45 anos atrás já dizia:
"...todos estão surdos..." Nada mudou. E se mudou foi pra pior. Agora
o corrupto vestido de presidente pretende elevar o imposto de renda, humilhar o
aposentado com uma reforma da previdência avassaladora. Acho que se inspira no
ditado árabe: " as pancadas que não quebram as nossas costas a fazem mais
forte ainda". O problema é que as costas do povo já estão vergadas de
tanto peso colocado por essa corja de ladrões que vivem em berço esplêndido. O
sentimento, as atitudes e as palavras mostram o valor de um homem. Há 70 anos
padre Belchior Maia D'Athayde, educador, escreveu a BALADA DA GRANDE VIAGEM que
tem uma estrofe que diz:
"Vou-me embora, vou-me embora
Pra Belém do Grão-Pará
Que não fica neste mundo
Fica muito mais pra lá.
Para estender no caminho,
Levo o alvará da BONDADE,
A mensagem do CARINHO,
As epopéias do AMOR.
Vou-me embora, vou-me embora
Pra Belém do Grão-Senhor.
AMOR, BONDADE E CARINHO.
CARINHO, BONDADE E AMOR.
Vou-me embora, vou-me embora
Pra Belém do Grão-senhor."
Por que não temos representantes que tenham coisas
boas a oferecer como Padre D'Athayde? Porque o povo anda mal observador e
avaliador. Avalia a casca e não o âmago. Espero que aprenda rápido. Não há mais
tempo. O abismo político e financeiro se abre aos nossos pés. Espero ainda ver
meu povo cantando AMOR, BONDADE E CARINHO. CARINHO, BONDADE E AMOR.
Escolher seus representantes dignos, honestos,
confiáveis, compromissados. E dessa vez não mais CARNEIRISSIMAMENTE.
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1 Comentários:
Boa análise, Dr. Picanço. O povo, em sua maioria, só se manifesta quando a situação está em petição de miséria.
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