quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Personalidade: Os desgastes com a administração e o processo de cassação o que passou o homem que apoiou a administração e sentiu-se traído.

"Criaram uma comissão processante tendenciosa e tudo que eu apresentava como defesa a Comissão não aceitava"

João Vieira Picanço, advogado e político de Ibaretama, continuamos hoje a entrevista exclusiva concedida pelo homem que segundo ele contribuiu para colocar Edson Moraes no poder, nesta sequência resolvemos ir mais fundo e saber o que sentiu realmente Picanço durante a instauração do Processo na Câmara, as divergências, a comissão processante, a defesa que segundo ele não pode existir e o futuro do homem que diz não ter mudado o discurso e muito menos as convicções. Nesta matéria o layout usado pelo Ibaretamanet não é o usual de entrevista com perguntas e respostas como a que usamos ontem, resolvemos deixar mais livre para aproveitarmos bastante o conteúdo, não colocaremos a nossa pergunta, deixaremos o ex - parlamentar se expressar livremente em tópicos que foram criados por nossa redação para interagir melhor com o conteúdo e garantir maior imparcialidade da matéria.


Divergências com o Prefeito e primeiro desgaste

Picanço: Quando assumi a presidência da Câmara em 2009, tive o primeiro desgaste com prefeito. Ele cedeu às pressões de três vereadores, e fez aproximadamente umas sessenta a oitenta transferências de servidores a pedido dos mesmos. Fiz um discurso na Câmara me posicionando contra, inclusive recebendo o Sindicato dos Funcionários Públicos (SINDSEP), contra a vontade do prefeito e dos vereadores.

O Judas e o segundo desgaste

Picanço: o segundo desgaste foi quando na semana santa aproximadamente no mês de abril, dois secretários do prefeito, embriagados, fizeram um Judas, colocaram meu nome e passaram a fazer deboche na localidade de Barreiros. Na época eu era presidente da Câmara e achei um desrespeito, comuniquei ao prefeito que não tomou nenhuma providência. O mais grave, foi saber que um dos secretários se deslocou à Fortaleza e contou tudo para o prefeito que se deleitava em gargalhadas.

A aprovação das contas do ex-prefeito (Raimundinho) e o Terceiro desgaste.

Picanço: Quando aprovei as contas do Sr. Raimundo Queiroz. No momento do meu voto, separei as divergências políticas da minha consciência. Os tribunais de contas emitem um parecer prévio recomendando à Câmara a aprovação ou não das contas de gestão, o Tribunal profere julgamento, inclusive, aplicando multa e nota de improbidade. Como poderia desaprovar as contas do Sr. Raimundo Queiroz se o próprio TCM não aplicou NOTA DE IMPROBIDADE. Diferentemente de certos vereadores que mesmo com nota de improbidade, aprovam ou desaprovam contas de prefeito e ex-prefeitos e cobram valores, já tive a oportunidade de presenciar essa sacanagem.

Vinda de Camilo Santana então Secretário de Agricultura do Estado e o Quarto desgaste.

Picanço: Você Karpegeanne com certeza deve lembrar-se da quadra invernosa de 2009. O inverno em demasia, destruiu lavouras, estradas, arrombou açudes,... como presidente da Câmara e amigo do Secretário da agricultura do Estado Camilo Santana, estive pessoalmente no seu gabinete, momento em que o convidei para uma audiência publica na Câmara Municipal de Ibaretama, para ver de perto os estragos e ouvir os depoimentos dos agricultores. Convidei várias comunidades, presidentes de associação, agricultores, etc. o prefeito Edson Moraes e o secretário de agricultura Sr. Carlos Bezerra, convidei-os pessoalmente. Os dois confirmaram presença. Para minha surpresa, no momento da audiência publica na Câmara, os dois foram para a casa de um político na localidade de piranjí. Só depois, tomei conhecimento que eles não compareceram à Câmara a pedido dos vereadores do grupo e do chefe de gabinete Sr. Claudio de Paula. Camilo, compareceu, fez várias liberações de cisternas, tratores, aumentou o seguro safra em 15% em cada localidade, liberou o projeto de uma casa de beneficiamento de castanha na localidade de Travessia; liberou casas digitais...

Comissão Processante, quinto desgaste a perca do mandato e o desabafo.

Picanço: Essa foi à fase mais grave, a fase do meu afastamento da presidência da Câmara e a perda do meu mandato. Poderia ter acontecido tudo, menos a sacanagem de cassarem meu mandato. Hoje, já sei de toda verdade. Criaram uma comissão processante tendenciosa e tudo que eu apresentava como defesa a Comissão não aceitava. Entendo que a Comissão Processante, já estava predestinada a cassar o meu mandato a pedido do prefeito. Durante três meses de apuração, sofri grandes torturas e humilhações por parte dos vereadores e da Comissão Processante. Pela primeira vez, os dois grupos uniram-se para me atacar e disseminar no meio da população que eu teria desviado dinheiro público. A todo instante, era chamado de ladrão, falsificador pelo líder do prefeito. A comissão Processante criou várias situações de irregularidades que eu teria cometido no período em que fui presidente, totalizando 16 itens. Após o término dos trabalhos de apuração, todos os dezesseis itens foram acatados pelos sete vereadores por ocasião da votação. Nem mesmo, os 53.000,00 (cinquenta e três mil) de diárias de sessões pagas a eles através de recibo, eles rejeitaram. Naquele momento, confesso que, minha revolta triplicou. Pois a sacanagem estava passando do limite.

Não percam na próxima Quarta-feira, a terceira e ultima parte da entrevista de João Vieira Picanço, nela o mesmo fala do suposto acordo, o que enfrentou de problemas quando na presidência da Câmara e do seu futuro político.

Se você tem alguma crítica, sugestão ou elogio escreva para karpegeanne13@gmail.com , você pode sugerir nossa próxima entrevista, mande seu recado teremos o prazer de lhe atender.

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