Por João Vieira Picanço
Noticias há que nos abalam
as colunas d’alma e lacrimejam os olhos: ouvir um gestor público (prefeito)
dizer que os professores são MARAJÁS.
Marajás
são pessoas que normalmente possuem um ALTÌSSIMO padrão de vida, ganham
salários astronômicos normalmente pagos por “IDIOTAS”, tipo eu e você, que na
maioria das vezes assiste a vergonhosa gastança de dinheiro público.
Será que um professor que
ganha em media R$3.000,00 (três mil reais) por mês pode ser considerado marajá!
Marajás são esses que folgam
e mamam nas tetas das prefeituras, trabalhando muito, muito pouco mesmo e
possuem inúmeros benefícios desconhecidos pela população comum.
Falando do gestor público de
Ibaretama, o que ele deveria fazer era acabar com vários cargos comissionados
com salários variando entre R$2.500,00 a
R$3.000,00 (três mil reais), que só servem para parentes e acomodar
aliados; acabar com o empreguismo desenfreado, prática enraizada na cultura de
Ibaretama.
É preciso uma mudança
cultural de consciência, pois isso reduz vagas no setor público para
profissionais com formação. E não, querer acabar com a ampliação dos
professores. O melhor seria fazer um concurso publico dando oportunidade a
todos
Muitos prefeitos de cidades
do interior, não gostam de professores por serem eles formadores de opinião; são
eles o alicerce do progresso e do desenvolvimento de nosso país. Os professores
sofrem pressões constantemente dos gestores públicos por serem pessoas
esclarecidas, preparadas e que passam para seus alunos a cruel realidade dos
fatos de desmando e de corrupção muitas vezes de total desconhecimento da população do seu município.
Enquanto o gestor público
(prefeito) possui altíssimo salário, gasolina, carro oficial, motorista, cargos
para os familiares, e mais algumas coisas do desconhecimento do povo, por “debaixo
dos panos”, os professores estudam com determinação, “queimam pestanas” para almejarem
uma aprovação em concurso e, muitas vezes são aprovados e não são chamados para
assumirem. Os gestores públicos preferem fazer contratações irregulares para o
cargo de professor, preenchendo com apadrinhados políticos, colocando pessoas despreparadas
e desqualificadas para atender seus correligionários.
Se não bastasse tudo isso e um
salário de fome, os professores sofrem todo tipo de covardia e humilhação por
parte dos gestores públicos. Há casos de professores ganhando menos de 1.500,00
(hum mil e quinhentos reais), menos do que ganha um segurado recluso (preso), o
conhecido auxilio reclusão. Também há casos de professores merendarem as sobras dos
alunos, mesmo assim sem nenhuma inspetora ou babona os ver merendando. Os
gestores não se conformam e não querem cumprir a determinação do Ministério da
Educação em relação ao piso salarial da categoria. Eles, professores, lutam e
exigem seus direitos; lutam para que sejam tratados com dignidade e que a lei
seja cumprida. Os professores não estão pedindo nenhum favor aos gestores
públicos.
Os professores acordam às
seis da manha, se arrumam correndo e nem sempre têm tempo pra tomar café da
manhã, enfrentando estradas carroçáveis esburacadas para chegarem aos seus
destinos. Ao chegarem às escolas, enfrentam uma jornada de trabalho com
crianças e jovens conversando, gritando, desobedecendo, indisciplinados,
reclamações de pais, frustações, etc.
Normalmente o que se vê são
professores que não têm o poder de controlar uma sala de aula, e não podem
punir e nem orientar casos graves de desvios de conduta de alunos. Professores
que reprovam alunos e depois são culpados, e tem que fazer reciclagem como
forma de puni-lo. Tudo isso e outros fatos, estão no dia-a-dia corroendo as
mentes desses profissionais heróis da educação.
Nessa luta constante, ainda
vemos que os professores convivem com o pouco reconhecimento de seu valor profissional,
recebendo baixos salários, muitas vezes necessitam ter dois ou três empregos
para conseguir manter-se financeiramente.
Com uma carga de trabalho muito
puxada, ao chegar em casa têm ainda que lidar com a família, filhos, e as
obrigações referentes aos mesmos. Será que sobra tempo ou dinheiro para a
diversão?
Com base em dados de
afastamentos de educadores das suas funções, a depressão é responsável por 12%
dos casos. A falta de estrutura, baixos salários e atraso nos vencimentos
acabam causando doenças.
Muito disso se vê em escolas
públicas. Não é novidade nenhuma o alto grau de afastamento de professores do
ensino fundamental e médio no Brasil. A grande maioria realmente se deve ao
fator psíquico. Muitos prefeitos não
conhecem o ambiente de trabalho, e nem a problemática de ser professor, e chamam
esses casos de “sem-vergonhice” dos
professores.
O prefeito de Belo Horizonte
cidade com 2.375.151 (dois milhões trezentos e setenta e cinco mil) habitantes,
recebe de salário 20.000,00 (vinte mil reais).
Ibaretama,
cidade com 13 mil habitantes, o prefeito ganha 12.000,00 + motorista + carro +
gasolina + diárias + cargos para os familiares, +...
Aí, os professores é que são
marajás?
Deixo aqui meu desabafo como
forma de alerta para que não repitamos o erro de votar nesses inimigos da
democracia disfarçados de pai dos pobres.
Pense!
Reflita!
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1 Comentários:
Coitados dos professores. Só faltava essa!
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