Há uma semana sofria um acidente na via pública ao
me desequilibrar e cair da bicicleta em uma rua em declive próximo à Beira-Mar.
Os danos sofridos me obrigaram a um período de internação hospitalar por 24
horas para observação clínica.
Em casa tenho me recuperado satisfatoriamente. Devo me submeter a uma pequena
intervenção cirúrgica na próxima terça-feira. Confio em Deus e nos excelentes
profissionais que me assistem que tudo correrá bem.
Agradeço a todos que de uma forma ou outra manifestaram sua solidariedade e
preocupação com meu estado de saúde.
De forma especial sou muito grato ao Breno que me recolheu imediatamente após a
queda e me conduziu em seu carro ao hospital. Em seguida esteve no prédio
onde moro para trazer a bicicleta e avisar à minha mulher.
Só veio a saber quem eu era durante o trajeto para o hospital. Acudiu a um
acidentado anônimo ensanguentado e abalado pelo impacto do choque com o
solo. Um gesto nobre que dá crédito ao conteúdo humano das pessoas, ameaçado
pelo egoísmo e a indiferença que avançam na sociedade.
Não fiquei com seu endereço, sequer tenho seu nome completo, mas tenho
enorme desejo de encontrá-lo para abraçá-lo com o calor da minha gratidão. Não
só por haver me atendido em momento tão delicado mas por ter revigorado minha
crença no ser humano.
A Presidente Dilma acaba de lançar em boa
hora o Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL) o qual contempla
várias ações para facilitar o acesso ao lvro e difundir o hábito da leitura.
Entre outras atividades previstas está a implementação do programa de agentes
de leituras a serem distribuidos por todo território nacional.
A iniciativa nasceu no meu governo para despertar nas populações mais
humildes o interesse pela leitura, a contação de histórias e maior
aproximação com as raizes populares da nossa cultura.
Seu sucesso levou-o a ser adotado pelo governo federal.
O Brasil cria 776 normas burocráticas por dia útil.
O furor normatizante extravaza do setor público e contamina parte da
iniciativa privada.
A estatística abrange a União, os Estados e os municipios e compreende leis,
medidas provisórias, decretos, emendas constitucionais e
outras, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Direito
Tributário.
No total, 13 bilhões de palavras foram escritas desde a Constituição de 1988
para tentar reger o país, publicadas na forma de 4,4 milhões de normas.
Só a legislação tributária, quando impressa, pesa 6,7 toneladas, segundo o
advogado Vinicios Leoncio que está reunindo esses documentos em um livro que
terá 43 mil páginas.
O pior é que esse cipoal de normas não impede a corrupção bem como, pela forma
como as leis são elaboradas, não permite saber com clareza quais delas se
encontram em vigor.
A psicológa Andrea Sebben, que ensina executivos estrangeiros a entenderem o
comportamento dos brasileiros, diz que "quanto maior a flexibilidade de um
povo, mais se burocratiza para tentar conte-lo. Mas, quanto mais a gente
burocratiza, mais flexível a gente se torna".
Saiba mais no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 15/04/12
O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) acaba de sofrer
um forte golpe na sua consistência financeira. A Medida Provisória 564/12
retira dele a exclusividade das operações com o Fundo de Desenvolvimento do
Nordeste (FNDE).
O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal passam tambem a realizar
operações com o fundo.
A medida representa um esvaziamento do BNB e consequente enfraquecimento
institucional. A decisão do atual governo de circunscrever a atuação da
instituição ao micro-crédito e às pequenas empresas já retirava seu poder
de financiar investimentos de grande porte impulsionadores do
desenvolvimento regional.
Aos poucos se esvazia o Banco e se subtrai dele o poder de alavancar o
desenvolvimento do nordeste, fundamento de sua criação fortalecida pela
Constituição de 1988, que lhe destinou recursos estáveis agora partilhados com
outras agências de crédito.
Considero que a reação à essa medida tem sido tímida e conformista. Espero
que a imprensa, políticos e empresários, melhor informados sobre suas
graves consequências atuem para barrá-la antes que seja convertida em lei.
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