A defesa Civil pede cautela aos
gestores antes de decretar emergência.
Ibaretama e outros
três municípios já decretaram situação de emergência em decorrência do quadro
de estiagem que vem castigando as regiões de Sertão Central, Inhamuns,
Sertões de Crateús e Vale do Jaguaribe. Além de Ibaretama, Capistrano,
Quiterianópolis e Monsenhor Tabosa. A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil
(Cedec), entretanto, pede cautela aos prefeitos por considerar a situação
indefinida e por caracterizar a falta de chuva apenas como veranico.
O coordenador estadual da Cedec, coronel Hélcio
Queiroz, mantém a esperança de ocorrência de chuvas ainda em abril, maio e
junho próximos. "Precisamos ser cautelosos porque ainda estamos dentro da
quadra invernosa. Estamos avaliando a situação, conversando com os gestores e
neste mês de abril elaborando o nosso planejamento normal sobre possíveis ações
de atendimento aos Municípios", justifica o coordenador.
Para o coronel Hélcio Queiroz, o quadro de
estiagem ainda não se caracterizou no Estado do Ceará. "Temos regiões com
índice de precipitação bem abaixo da média, mas precisamos esperar, até porque
existem os programas sociais dos governos estadual e federal, e hoje em dia
ninguém morre mais de fome por causa da seca", afirma.
De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia
e Recursos Hídricos (Funceme), a Zona de Convergência Intertropical, que é um
dos principais fatores que favorecem a ocorrência de chuvas no Ceará, está
afastada do Estado e permanece sobre a linha do Equador por interferência de um
sistema climático denominado "Cavaco".
Esse sistema impede a formação de nuvens e, às
vezes, pode se transformar em vórtice ciclônico de alto nível. "Esse
sistema está agindo há mais de uma semana desde a Bahia, e provoca em seu
interior uma área bastante seca, sem chuva", explicou o meteorologista
Paulo José dos Santos. "O modelo mostra que o sistema deve enfraquecer a
partir do próximo domingo e ocasionar chuvas localizadas na região Norte".
José Paulo explicou que as precipitações isoladas devem-se a fatores locais.
O agricultor Manoel Ferreira de Sales, do
Município de Tejuçuoca, fala da dificuldade que os trabalhadores rurais estão
enfrentando na região. "A esperança se foi, morreu tudo no roçado",
lamenta.
Em Tejuçuoca, a perda da safra já atinge uma média
de 64%. Muitos agricultores já abandonaram os plantios, mas, para quem continua
na roça, o sentimento é de força. É o caso do agricultor Gerardo Pinto da
Silva, da localidade de Vertentes. "Só deixo o campo quando morrer.
Aprendi a gostar de tudo isso com o incentivo de meu pai", lembra.
Com informações do Diário do Nordeste
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