Os grandes conglomerados de empresas do setor
agropecuário brasileiro - JBS e BRF - adotaram procedimentos de barateamento
dos produtos visando apenas no aumento dos lucros, mesmo que para isso a
qualidade do produto repassado aos consumidores fosse baixa.
A Polícia Federal, em coletiva na manhã desta
sexta-feira, afirmou que a prioridade das empresas envolvidas na Operação Carne
Franca era o "capitalismo, o mercado, e não a saúde pública",
informou o Delegado responsável pelo caso, Maurício Grillo.
Segundo o Jornal O Globo, entre os empresários
presos estão o gerente de Relações Institucionais do Grupo BRF e um funcionário
do grupo JBS. O jornal também afirma que a Operação prevê o bloqueio de R$ 1
milhão das contas de 46 investigados.
Após a deflagração da Operação, as ações das
empresas tiveram forte queda na bolsa de valores nesta sexta. Segundo a Veja,
entre as muitas marcas comercializadas pela empresa JBS, estão a Friboi e a
Seara. Já a BRF tem entre seus principais nomes, a Sadia e a Perdigão.
Propina
da Carne Abastecia PMDB e PP
O
delegado federal Maurício Moscardi Grillo afirmou nesta sexta-feira, 17, que
parte do dinheiro arrecadado pelo esquema de corrupção envolvendo fiscais e
maiores frigoríficos do País, descoberto pela Operação Carne Fraca, abastecia o PMDB e o PP.
"Dentro
da investigação ficava bem claro que uma parte do dinheiro da propina era, sim,
revertido para partido político. Caracteristicamente, já foi falado ao longo da
investigação dois partidos que ficavam claros: o PP e o PMDB", afirmou.
Executivos
do frigorífico JBS e da empresa BRF Brasil foram presos. O esquema seria
liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio.
Segundo a PF, a operação detectou em quase dois anos de investigação que as
Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do
Paraná, Minas Gerais e Goiás "atuavam diretamente para proteger grupos
empresariais em detrimento do interesse público".
"Os
agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante
pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos
adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização
efetiva", diz PF.
Com
informações do grupo O Povo
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